Informação Adicional Festa do Avante 2023:
Que pena, este evento já terminou! :(
FESTA DO AVANTE 2023 | PROGRAMA COMPLETO
Família & Entretenimento
Quinta da Atalaia, Seixal
Descrição do Evento
FESTA DO AVANTE 2023 | PROGRAMA COMPLETO – A Festa do Avante 2023 decorrerá como é hábito na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal nos dias 1, 2 e 3 de Setembro de 2023, organizada pelo Partido Comunista Português, a maior iniciativa político-cultural do País. São mais de 30 hectares de espaço verde, de sombras, fruto das centenas de árvores que foram plantadas nos últimos anos.
É o maior e o primeiro evento do género realizado em Portugal. A primeira edição realizou-se em 1976, na FIL, em Lisboa. Tendo passado por outros locais, realiza-se, desde 1990 na Quinta da Atalaia, na freguesia da Amora, no concelho do Seixal, num terreno junto à baía. Por norma, tem a duração de três dias que começa na primeira sexta-feira de Setembro.
Apesar de organizada por um partido político, a sua construção é feita de forma militante por comunistas e amigos aproveitando o seu tempo livre, porém é aberta ao público, mediante a compra de um título de entrada (“EP – Entrada Permanente”, título de solidariedade) de valor reduzido e que dá acesso a um vasto programa de âmbito extraordinariamente alargado. Os visitantes podem assistir a inúmeros concertos de música de vários géneros musicais (incluindo música clássica), em diversos palcos de diferentes dimensões, a actuações de grupos corais, de ranchos folclóricos, a animação de rua, a dança, a peças de teatro, a cinema. Realizam-se dezenas de debates políticos, exposições políticas e de artes plásticas, de ciência (incluindo experiências).
Há gastronomia, artesanato e jogos tradicionais. Há a festa do livro e do disco. Há um espaço com um parque infantil com actividades e programação dedicada às crianças. A Festa do Avante 2023 inclui também um importante programa desportivo com inúmeras modalidades. Um dos momentos altos é a realização do Comício.
PROGRAMA GERAL DA FESTA DO AVANTE 2023
MÚSICA
Rock, punk, pop, jazz, eletrónica, fado, veteranos que amamos e novos imperdíveis. Daqui de perto e de outras latitudes, a Festa do Avante conta com um cartaz, mais do que para todos os gostos, para muitas descobertas.
A celebração dos 50 anos do 25 de abril de 1974 marcará alguns dos momentos mais relevantes da programação de espectáculos. O concerto sinfónico será inteiramente dedicado a esse tema. Terão também por isso destaque os artistas portugueses – das novas expressões aos já consagrados. Estarão presentes mais vozes de resistência no mundo (Itália, Brasil, São Tomé e Príncipe, EUA), com destaque para o regresso da “rave Avante”, com convidados internacionais.Estes são alguns dos espectáculos da Festa do “Avante!” 2023.
A GAROTA NÃO E LUCA ARGEL
A canção de protesto doce
A garota não reflecte nas letras das suas canções sobre os tempos que vivemos numa forma de canto de intervenção astuta, mas doce. Em 2022 a artista lançou 2 de Abril, que é um álbum de homenagem ao bairro homónimo onde cresceu, em Setúbal. Um álbum, segundo a própria, «temperado com vontade, comoção, repulsa, cansaço e aquela dose de angústia de onde se arrancam os temas mais doridos. E depois serenidade. E depois alegria. E no fim disto tudo, uma grande gratidão.» Este espectáculo que vai ser apresentado na Festa do Avante!, surge na sequência do lançamento de uma música criada em conjunto entre A garota não e Luca Argel Países que ninguém invade, colaboração que surgiu após os dois artistas se terem cruzado em palco numa homenagem a Chico Buarque.
AGIR COM CAROLINA DESLANDES, LURA, MILHANAS E PAULO DE CARVALHO
Celebrar os 50 anos do 25 de Abril
Agir – Cantando Abril é nome de um concerto de homenagem ao cancioneiro do 25 de Abril, aos seus poetas e aos seus músicos de intervenção que marcaram essa época, como José Afonso, Sérgio Godinho ou Fausto. O show decorre de uma emissão passada na RTP a 24 de Abril de 2021 que levou depois à concepção de um espectáculo e de um disco. Pensado por Agir, esta celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos contará com as participações de Carolina Deslandes, Lura, Milhanas e Paulo de Carvalho, pai de Agir (que o homenageou no último festival da RTP) e que é cantor de E Depois do Adeus que, com letra de José Niza, venceu a 12ª edição do Festival RTP da Canção mas que passou para a história, sobretudo, por ter servido de primeira senha para o avanço dos militares que derrubaram o fascismo português, antes da confirmação com a outra senha passada na rádio, Grândola, Vila Morena.
BANDA KAKANA
As muitas línguas de Moçambique
Sohura é um dos grandes êxitos desta grande banda moçambicana, cuja letra é em Macua, um dos dialetos falado na zona centro-norte, do país, nas províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado e Zambézia. A canção foi lançada há cerca de 12 anos e até hoje é um sucesso nos espectáculos do grupo, entusiasmando as plateias. Fundada em 2004 pela dupla Azarias Arone, (guitarrista) e Yoland Chicane (vocalista), a Banda é constituída por 6 músicos e trafega, funde e moderniza estilos baseados na marrabenta e outros ritmos tradicionais. Com presença em inúmeros festivais por todo o mundo e a gravação de três álbuns, a Banda Kakana traz consigo mensagens de paz, amor e esperança, com letras são cantadas em várias línguas nacionais e que reflectem a diversidade linguística de Moçambique.
BATEU MATOU
Tambores, computadores e liberdade
Bateu Matou é um super grupo formado por Ivo Costa (Batida, Sara Tavares), Quim Albergaria (Paus) e Riot (Buraka Som Sistema). Eles juntam tambores e computadores e trazem uma abordagem percussiva, fundido contemporâneo e raízes, para colaborar com algumas das vozes mais inspiradoras que trabalham em Portugal, como ficou espectacularmente exemplificado em 2021 no álbum de estreia Chegou. Desde aí, a banda tem somado êxitos e participações nos maiores palcos do país, incluindo uma presença na Atalaia. É deles o hino oficial da Liga Portugal Não Pára, a canção que se ouve em todos os estádios, em todos os jogos da liga. Este ano foi lançado Cara Feia, um novo single com Raissa e Pité, que tem um videoclip feito em inteligência artificial. Na Festa do Avante! o grupo pretende assinalar a liberdade conquistada há 50 anos com o 25 de Abril, preparando uma surpresa para o público desse espectáculo.
BOÉMIA
Canto de um Portugal livre e democrático
Os Boémia vão lançar este ano o álbum Génese, um novo trabalho que narra a transição da ditadura para um Portugal livre e democrático, uma forma de celebrar os 50 anos do 25 de Abril e que será apresentado nesta edição da Festa do Avante! São 14 novas canções escritas por Rogério Oliveira que revisitam acontecimentos desde o fim do Estado Novo até ao 25 de Novembro. Com o cariz popular, já característico do som dos membros do Boémia, os arranjos ficaram a cargo de Marco Ferreira e a produção de José Salgueiro. Duas dessas novas canções foram gravadas com a participação de Fausto Bordalo Dias, sobre a temática da reforma agrária no tema ZIR”, e Zeca Medeiros sobre o golpe de 11 de Março em A míope luneta.
CHRIS LUQUETTE EAST COAST BLUEGRASS BAND
A alegria do melhor bluegrass dos Estados Unidos da América
Formada em 2023 a banda Chris Luquette East Coast Bluegrass Band combina quatro dos melhores músicos de Nova Iorque. Nativo de Seattle e já duas vezes indicado aos prémios Grammy, Chris Luquette juntou-se ao excelente banjoísta Ellery Marshall, ao bandolinista Cesar Moreno e ao reconhecido contrabaixista Max Johnson para formarem a Chris Luquette East Coast Bluegrass Band. Ellery vem de Los Angeles e vive em Nova Iorque há quase 20 anos e no seu estilo de banjo ecoam grandes nomes do género, desde Earl Scruggs a Tom Adams. Cesar Moreno, natural de Nova Iorque, é um dos melhores cantores de tenor da música bluegrass, e toca todos os estilos de música no bandolim. O contrabaixista Max Johnson é de Hoboken, Nova Jersey e fez digressões com a The Jeff Austin Band e com muitas outras bandas de bluegrass, é um aplaudido compositor e liderou muitos combos de jazz.
CONCERTO SINFÓNICO COMEMORATIVO DO 50º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL
Programa
Do fascismo ao 25 de abril
Música popularizada, cantos de resistência e celebração, sons de vanguarda e de libertação
Fernando Lopes-Graça
Divertimento, (Entrada) op. 107 (1957)
Canções Heróicas op. 44 (1946/60)
Canto de Paz – Firmeza – Jornada
Três canções do 25 de Abril (1975)
Canção n.º 1 – Portugal, cravo vermelho
Canção n.º 2 – Viva o amor
Canção n.º 3 – A minha bandeira
Jorge Peixinho
Políptico 1960. JP 007 (1960)
Obra dedicada a Joly Braga Santos
O dia 25 de Abril de 1974
Orquestrações de duas melodias passadas na rádio pelo Movimento das Forças Armadas durante o golpe militar que derrubou o fascismo português
Henry Russel
A Life On The Ocean Waves – “Marcha do MFA” (1838)
José Afonso / António Victorino d’Almeida
Grândola Vila Morena (1971/2009)
Liberdade e Democracia
Composições que ligam compositores de antes e depois do 25 de abril, a cultura clássica com a cultura popular e que fazem a valorização da soberania do povo
Fernando Lopes-Graça
Confusa, Perdida (1945-50)
N.º 10 da Primeira Cantata do Natal op. 61, Sobre Cantos Tradicionais Portugueses de Natividade
Vasco Pearce de Azevedo
Deixai-me Dormir (2012)
Composição para coro e orquestra inspirada na mesma recolha popular da peça Confusa, Perdida de Fernando Lopes-Graça
Fernando Lopes-Graça
Sinfonieta (Homenagem a Haydn), LG 64, op. 220
(1980/85) Dedicada à Orquestra Gulbenkian
Bruno Pernadas
O Governo do Povo (2023)
Versão para coro e orquestra do hino das comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de abril, especialmente arranjado pelo autor para a Festa do Avante!
António Victorino d’Almeida
Abertura Clássica sobre um Tema Popular Português, op. 86 (1991)
Peça inspirada na canção tradicional portuguesa conhecida como “A Carvalhesa”
Orquestra Sinfonietta de Lisboa dirigida pelo Maestro Vasco Pearce de Azevedo
Coro Sinfónico Lisboa Cantat dirigido pelo maestro Jorge Carvalho Alves
Solistas: Armando Possante (barítono) e Joana Barata (piano).
Apresentação: Maria João Luís e Cândido Mota
CRIATURA & CORO DOS ANJOS
Música Popular Portuguesa recriada
A Criatura é um eclético bando de músicos, artistas e gente que se dedica a revisitar a memória popular e que a partir dela se propõe criar música e arte que nasce de outras formas de olhar, sentir e ser a tradição. Depois de editarem o primeiro disco Aurora, em 2016, lançaram em 2021 Bem Bonda em 2021, dois discos que começaram a ser criados em 2014, na sequência de um projecto decorrente de uma residência artística no Musibéria, com apoio da Câmara Municipal de Serpa, onde Edgar Valente envolveu quase meia centena de pessoas, entre músicos, criadores, construtores de instrumentos, cantadores e outros cultores, unidos pela vontade de questionar e recriar a Música Popular Portuguesa. Para a Festa do Avante! o espectáculo terá a participação das vozes do Coro dos Anjos, e serão apresentados algumas canções novas.
EXPRESSO TRANSATLÂNTICO
Madonna, guitarra portuguesa e ideias novas
Esta banda lisboeta junta Gaspar Varela na guitarra portuguesa, Sebastião Varela na guitarra eléctrica e Rafael Matos na bateria. Lançou o seu EP de estreia, homónimo, no final do ano passado, que tem recebido os maiores elogios do público nacional e internacional. Foi entre Lisboa e os Estados Unidos da América que começaram a nascer as primeiras ideias do grupo. Gaspar Varela estava, nessa altura, em tour com Madonna, enquanto os seus dois companheiros lhe enviavam as primeiras «malhas», as primeiras ideias para um novo projecto. Com uma sonoridade influenciada por ritmos da música popular portuguesa, brasileira e africana, o trabalho de estreia destes jovens músicos já foi internacionalizado na Opening Ceremony da WOMEX 2022 e deverá contar com um álbum de estreia durante este ano.
FRANCISCO, EL HOMBRE
Como juntar a cultura brasileira à mexicana
Francisco, El Hombre regressa a Portugal numa tour que celebra o 10.º aniversário da banda. Fruto de uma conexão Brasil-México, carrega todas as particularidades de cada uma das culturas, bem como de tudo que as une. A raiz latino-americana juntou os irmãos mexicanos Sebastianismos (bateria) e Mateo Piracés-Ugarte (voz e violão) aos brasileiros Lazúlia (voz e percussão), Helena Papini (baixo) e Andrei Kozyreff (guitarra), que combinam a essência sonora do reggaeton a elementos eletrônicos e de punk-rock. Esta identidade musical unifica um repertório que vai de Dona Onete e Rubel a Sidney Magal, e se estende também às apresentações do quinteto que se traduzem numa experiência libertadora em palco.
JORGE PALMA COM RUI REININHO
Talentos que fazem parte das nossas vidas
Jorge Palma é um caso raro em Portugal. Compositor e intérprete admirado pelos colegas, amado pelo público, demasiado célebre para o papel de génio obscuro, demasiado genuíno e rebelde para ser um músico previsível e formatado. A sua carreira coloca-o entre os nomes de maior destaque da música portuguesa e quase toda a gente no nosso país sabe cantar, pelo menos, uma das suas canções. Este ano Palma lançou um novo disco, intitulado Vida, que já é um dos grandes sucessos editoriais do ano e que vai ser apresentado na Festa do Avante! e que contará com um convidado especial, Rui Reininho, que participa nessa gravação. Reininho, com o grupo GNR, é outro nome de topo na história das últimas décadas da música portuguesa que se estreou a solo em 2008 e que há dois anos lançou 20.000 Éguas Submarinas, um disco surpreendente. São dois talentos que fazem parte das vidas pessoais de muitos portugueses.
JOSÉ BARROS E NAVEGANTE COM MIMMO EPIFANI E PLANÍCIE CANTADA
Celebração da cultura popular
José Barros e o grupo Navegante têm uma bonita história partilhada com 30 anos de criação de canções inspiradas em modelos portugueses de música tradicional, documentada a partir de 1994 com um primeiro disco, um álbum homónimo, Navegante (1994), a que depois se seguiu Cantigas Partindo-se (1997), Não Há Heróis (1999), Rimances (2001), Vivos. E ao Vivo (2002), Meu Bem Meu Mal (2008), Natal e Janeiras (2009), Cantares do Povo Português (DVD, 2012) e, por fim, À Abaladiça (2018). O ano passado foi lançado um livro com dois CD sob o título José Barros e Navegante 25 anos (celebrados em 2018).
LOREDANA SAVINO
A cantora italiana do Disco Comunista
Quando um credo político profundo convive com uma curiosidade artística apaixonada, um projecto como o Disco Comunista pode nascer e surpreender-nos. Concluído em 2021-2022, o álbum advém de uma ideia – e identifica-se totalmente com a personalidade – de Loredana Savino, versátil cantora, autora e actriz que cantava, ainda jovem, música engajada em manifestações e comícios. A militância política no Partido, a crença nos princípios antifascistas, os estudos musicais no canto renascentista e barroco, a proximidade com a Associação Italiana dos Combatentes da Resistência, os companheiros musicais da sua carreira de mais de vinte anos: toda a sua vida e percurso profissional são os fios que tecem as dez canções desse disco, cada um com sua própria atmosfera, o seu próprio som, as suas próprias cores. São muitas canções históricas do movimento revolucionário internacional. Vai ser um momento incrível na Festa do Avante!
LUTA LIVRE
Canção de intervenção reinventada
Luta Livre é um projecto de Luís Varatojo criado através de um olhar interventivo sobre a sociedade e a actualidade. O reconhecido músico, ligado a projectos como Peste & Sida, Despe e Siga, Linha da Frente, A Naifa e Fandango encontrou aqui uma forma de expor a sua perspectiva sobre a realidade de todos os dias, a desigualdade social, as injustiças, a desinformação e tantos outros temas que o incomodam enquanto cidadão. Luta Livre é, por isso, um acto de intervenção artística mas, também, um acto de cidadania. Este ano foi lançado o álbum Defesa Pessoal, o segundo álbum de originais, onde está um conjunto de canções fortíssimas, modernas e de vários estilos, sobre a vida real de muitos portugueses trabalhadores: trabalho precário, falta de habitação para os jovens, degradação dos direitos sociais, péssimos empregos, aldrabices políticas, guerra.
MIMICAT
Mais do que o Festival da Eurovisão
Mimicat, a vencedora do Festival da RTP deste ano, surgiu em força com esse nome em 2014, mas, na verdade, a artista gravou o primeiro disco aos 9 anos. Performer, intérprete e compositora desde muito jovem, desenvolveu uma voz quente e forte, característica da soul-pop. Tem dois discos editados e já marcou presença nas salas mais emblemáticas de Portugal – e na própria Festa do Avante!. Em 2015 fez a estreia internacional no Brasil. O tema que levou ao Festival português e à Eurovisão, Ai Coração, é de sua autoria e uma coprodução sua e de Twins (Luís Pereira), tendo como principais inspirações as grandes vozes da canção portuguesa, fazendo o casamento dos ritmos de festa mediterrânicos com uma estética cómico-burlesca, sem deixar de mostrar ser uma mulher orgulhosa de viver no Portugal moderno. Acontece que há muito mais para descobrir em Mimicat do que a canção Ai Coração – é, portanto, um espectáculo indispensável.
MÍSIA
Histórias, cantares e sentimentos
Os sentimentos, essa inefável matéria que inspira poetas e artistas de tantas outras áreas, são tesouros que não pesam senão na alma. Mísia sabe bem disso. Esta artista mulher, fadista sonhadora, cantora actriz, contadora de histórias suas e alheias, é a primeira a admitir que é um Animal Sentimental. A expressão serve de título a um novo álbum, guiado por si própria e por Wolf-Dieter Karwatky, premiado produtor alemão que tem trabalhado com alguns dos maiores nomes da música clássica, coleccionando Grammys e somando sucessos carimbados pela Deutsche Grammophon. Este novo projeto de Mísia que será levado à Festa do Avante! faz parte de um ambicioso tríptico: um disco; um livro que, garante ela, é feito de episódios poéticos, de momentos cómicos e sentimentais e de pequenas tragédias de um caminho longo de vida; e o concerto, a oportunidade para levar tudo isso – as histórias e as canções, os sentimentos – para cima do palco.
NENNY
De menina-prodígio a talento sem-fronteiras
Nenny (Marlene Tavares) nasceu em 2002, em Vialonga, perto de Vila Franca de Xira, onde reside actualmente. Viveu em Portugal até aos 11 anos, quando se mudou com a mãe para os subúrbios de Paris, França. Em 2019 mudou-se para o Luxemburgo. A experiência da diáspora, em busca de melhores condições de vida, e a constante necessidade de recomeçar, de se adaptar, são uma parte essencial da personalidade, do trajecto e da arte de Nenny. A música chega-lhe cedo. Cresce com os pais, ambos cabo-verdianos, num ambiente musical rico em funanás, kizomba e outros ritmos africanos. É neste contexto, e com apenas 10 anos, que se aventura na escrita da sua primeira letra para uma canção, abordando temas como o racismo e o preconceito. Ela lançou a sua primeira canção em 2019, com o single Sushi. A partir daqui tudo acontece muito rápido. Vários discos, várias presenças em festivais internacionais relevantes, vários prémios, e um constante êxito popular. Uma das suas maiores causas é a saúde mental e a sua principal mensagem é de Paz.
NOT FORBIDDEN
Música afegã, do país onde a música é proibida
O Afeganistão é o único país do mundo onde a música é proibida. Mas, claro, há música afegã, apesar de todas as proibições. Chegados recentemente ao nosso país, estes músicos, unidos pelo amor a esta arte, partilham uma viagem por várias «linguagens» musicais, originárias de geografias muito distantes a este lado do mundo. Entre escalas com microtons e ritmos muito diferentes da música ocidental, eles transportam-nos para harmonias cuja compreensão não necessita, porém, do recurso a uma qualquer tradução: afinal, a expressão musical de todos os povos, de qualquer povo, resulta da harmonia ancestral que uniu culturas diferentes. Not Forbidden, a formação de músicos afegãos que se apresentará na Festa do Avante!, nasce do ciclo de encontros musicais que o Largo Residências promoveu entre Rui Rebelo e a comunidade de músicos afegãos refugiada em Portugal.
ORQUESTRA DO HOT CLUB DE PORTUGAL COM SELMA UAMUSSE
O Hot já faz 75 anos!
(Black, Brown and Beige – Duke Ellington)
Para as comemorações dos 75 Anos do Hot Club de Portugal, a sua Orquestra de Jazz propõe-se recriar a emblemática peça de Duke Ellington, Black, Brown and Beige, tendo como convidada Selma Uamusse para uma actuação com direcção de Pedro Moreira. Black, Brown and Beige é uma obra de jazz escrita por Duke Ellington para o seu primeiro concerto no Carnegie Hall, em 23 de Janeiro de 1943. Conta a história dos afro-americanos e foi a ousada tentativa do compositor de modificar preconceitos sobre raça, de elevar a reputação do jazz americano ao nível da música clássica europeia e de desafiar a América a viver de acordo com seus princípios fundadores de liberdade e igualdade para todos. A peça está dividida em três andamentos. A Work Song, com o espiritual Come Sunday and Light. Brown. O segundo andamento, também tem três partes que são West Indian Influence, Emancipation Celebration e The Blues. O terceiro, Beige, retrata o afro-americano dos anos 1920/30.
RATOS DE PORÃO
A anatomia do bolsonarismo do Brasil
Em Outubro de 2021 o Ratos de Porão, uma referência da música do Brasil, comemorava 40 anos de carreira enquanto gravava um novo álbum, o primeiro desde 2014. Nesse período o Brasil passou por um enorme processo de degradação política e social. Esses últimos anos tinham trazido de volta a fome, a inflação, as ameaças de rompimento com a democracia e, como se não bastasse, uma pandemia. O resultado de tudo isso foi Necropolítica, um álbum conceptual sobre a era bolsonarista e a ascensão da extrema-direita no país. A parte musical, por sua vez traz, faz uma revisitação do período da banda no final da década de 1980, época igualmente marcada pela crise e pela desilusão. Entre a anatomia do bolsonarismo e a revisitação de outros problemas da democracia brasileira, o Ratos do Porão trazem à Festa do Avante! uma música e uma visão alternativas da realidade brasileira.
RAVE AVANTE! : PHOTONZ, DJ SATÉLITE, CIEL E ECSTASYA
COM
CIEL
Artista sino-canadiana com vasto reconhecimento global e com um trabalho notável feito também localmente na sua cidade de Toronto, tanto a nível de divulgação da música electrónica mais aventureira como pela organização e discussão em torno de uma maior representatividade das mulheres e das identidades marginalizadas na música dança – frente que muitas vezes encabeçou pelo seu compromisso com a justiça social e uma postura altamente vocal e politizada. Começou a sua carreira de DJ a passar pós-punk e shoegaze na rádio do liceu de Ontário, a CFRC-FM, descobrindo depois o apelo da música de dança através de artistas como Magda, Miss Kittin ou Ellen Allien e começando as festas Work In Progress, dedicadas a melhorar a representatividade feminina e promover políticas inclusão e segurança na sua cena local. Como produtora, alcançou reconhecimento através um cruzamento orgânico de atmosferas contemplativas, house music e alguma música de dança mais enérgica, lançando em selos-chave como a icónica Ghostly, a Peach Discs de Shanti Celeste ou a Coastal Haze. Como DJ, já levou a sua mistura dextra e contagiante de sonoridades electro, jungle, rave, bleep n’bass e house a alguns dos melhores clubes do planeta, como o Berghain de Berlin, o De School em Amsterdão, o Smartbar de Chicago ou o Oil em Shenzhen (China). Em 2019 começou a editora Parallel Minds em colaboração com os artistas (e amigos pessoais) Daniel 58 e Yohei.
ECSTASYA
Ecstasya é uma artista trans queer de Lisboa que tem impulsionado a música electrónica portuguesa para novos territórios, com rasgo e uma visão politizada que expressa tanto nos seus dj sets vertiginosos, nos seu eventos desafiantes de dinâmicas hegemónicas e nas suas produções inovadoras, em que cruza influências como o hardcore, o trance e até a pop. As suas faixas rodam um pouco por todo o mundo e já soma colaborações com artistas bem quentes como Miss Jay, Trophie, Surma, Odete e Alada. Como DJ e organizadora de algumas das raves mais faladas de Lisboa figurou, recentemente, nas páginas da conceituadíssima Dazed Magazine, onde foi chamada a falar um pouco sobre a sua festa Maythey – uma celebração queer de sonoridades hardcore extremas e atrevimento no vermelho. Ecstasy é, ainda, se não bastasse, uma das responsáveis pela direcção artística e curadoria do festival SLIT – Lisbon Interdisciplinary Transgressive Sessions – um novo projecto em Portugal que procura mostrar talento queer, trans, fem e BIPOC que tem impactado a cena global da música electrónica e experimental.
DJ SATELITE
Um dos expoentes máximos da música angolana, DJ Satelite é globalmente celebrado enquanto pioneiro do afro house – um dos estilos de música electrónica mais populares das últimas décadas e que resulta da influência da house music americana nos produtores de música de dança angolanos, completando mais um ciclo na constante respiração entre as várias músicas do vasto continente africano e suas reverberações na diáspora global. Com um passado ligado ao kuduro e várias colaborações de relevo com os Lambas ou Bruno M, é na sua passagem pelo College of the Arts em Windhoek, na Namíbia, que DJ Satelite começa a integrar a house music nas sua produções. A partir daí inicia um trajecto que o levaria às melhores pistas de cidades como Berlin, Ibiza, Nápoles, Nairóbi, Lisboa entre muitas outras. Com a sua própria editora Seres Produções, que fundou com o seu irmão DJ Vamburgue, lançou trabalhos seminais como Muloje e lançou sementes para colaborações com artistas como Boddhi Satva, Batida, Mabiisi, Fredy Massamba ou Paulo Flores, vendo a sua contribuição para a música electrónica reconhecida pelos Angola Music Awards, vencendo a categoria de “Melhor DJ”, e destacado como «um dos embaixadores da música electrónica angolana» pela prestigiada revista Jeune Afrique.
PHOTONZ
DJ e produtor com várias décadas no activo, e dezenas de edições em selos internacionais e locais desde a sua estreia em disco em 2006, Photonz é um dos veteranos mais acarinhados da cena electrónica nacional. Somam-se as passagens por palcos e cabines de DJ nos quatro cantos do mundo: de Berlim a Melbourne; de São Paulo a Nova Iorque; Londres; Paris; Cairo e Nova Dehli. A nível local foi um dos fundadores de vários projectos comunitários como a Rádio Quântica, as festas Mina e a associação cultural Planeta Manas, dedicados à energização e promoção de colectivos de artistas, comunidades marginalizadas e editoras na frente de ataque da cultura underground nacional, sempre com uma atitude de desafio de narrativas hegemónicas e opressivas, explorando novas linguagens musicais, novos discursos políticos e novas formas de interajuda e organização cultural. Os seus discos em editoras de culto como a Creme Organization, Unknown To The Unknown, Dark Entries, Naive ou a sua própria One Eyed Jacks, plasmam um entendimento da música de dança como um fenómeno emancipatório e agregador, desde a sua génese, através de movimentos como a house music, o techno, o trance, o disco e o jungle – géneros musicais que surgem frequentemente referenciados nas suas produções, recombinados de uma forma que desafia a categorização fácil e que aponta ao futuro.
RICARDO RIBEIRO
Uma voz do fado que nunca mais é esquecida
Esta voz «uma vez ouvida, jamais esquecida», como alguém já descreveu, é um dos nomes incontornáveis do fado contemporâneo, assumido herdeiro da influência do grande Fernando Maurício, mas que experimenta também caminhos novos. Somando na carreira vários discos de Ouro, oito álbuns, Ricardo Ribeiro já pisou palcos em 15 países, um pouco por todo o mundo. Ele adiciona também vários prémios nacionais e internacionais, com destaque para a prestigiada revista Songlines. Já experimentou misturar fado, jazz, música árabe, flamenco, como se pode ouvir no álbum Respeitosa Mente, com João Paulo Esteves da Silva e o americano Jarrod Cagwin, mas os seus álbuns seguintes, (Ricardo Ribeiro de 2020 e A Seiva da Minha Voz de 2022) são uma demonstração exuberante da pura tradição fadista.
RODRIGO LEÃO
Piano para piano
Rodrigo Leão é o primeiro a dizer que não é pianista, mas a verdade é que o piano tem surgido na sua obra como um complemento dos sintetizadores que já usou bastas vezes para escrever memoráveis melodias e pensar nos envolventes arranjos a que foi dando corpo com os ensembles que criou. Agora, o notável compositor português prepara-se para nova aventura: Piano Para Piano é um projecto que nasceu depois de uma encomenda do Festival de Piano em Vila Nova de Cerveira, desafio que o levou a compor duas novas peças que são também o princípio de um novo caminho. «Acho interessante», revela Rodrigo, «que eu que não tenho qualquer formação como pianista possa estabelecer um diálogo com quem estudou e estuda seriamente o instrumento». A interlocutora é Rosa, a sua filha, que conta 19 anos e será também ela que irá acompanhar o pai agora neste espectáculo.
RÚBEN TORRES
Contra o racismo e o preconceito sobre os ciganos
Pelos concursos que as televisões multiplicam (neste caso o The Voice, da RTP), têm passado muitos talentos jovens que ali tentam dar os seus primeiros passos como profissionais, mas que, depois, acabam por desaparecer. Rúben Torres, que se destacou na edição deste ano com interpretações de fado com um «toque» de sentimento cigano, não deveria ser um desses casos, tais são as qualidades musicais que exibiu e o potencial artístico que elas abrem – e essa foi a razão do convite da Festa do Avante! para ele actuar na edição deste ano. Numa entrevista à revista digital NiT, em Dezembro passado, ele revelou que foi ao programa com esta ideia: «A mensagem que quero passar ao mundo é de parar com o racismo e o preconceito. Somos todos iguais. É mais importante que nunca. Estamos no século XXI e isso tem que acabar». Este cigano, que já viveu no Brasil, revela que o seu género musical favorito é o flamenco e as suas referências musicais vêm de Espanha: a cantora Niña Pastori e o guitarrista e cantautor cigano Parrita.
Tim convida Ensemble Ibérico e Internacional Voices Ensemble
«Aceitei o convite da Festa do Avante! para participar com alguma coisa diferente…Ora tenho andado a fazer, com a colaboração dos professores do Conservatório de Elvas alguns concertos com os meus temas mais conhecidos, do Rio Grande, Resistência, Xutos e a solo, com arranjos para instrumentos de corda. O projecto tem-se desenvolvido no Alto Alentejo, onde tocámos em quase todos os concelhos da região, nomeadamente no espectáculo de comemoração do 10º aniversário da elevação de Elvas a património mundial da Humanidade, concerto esse que contou, também, com a colaboração de um coro. Será esse concerto que vos vou apresentar no dia 1 de Setembro.
Temos então: Ensemble Ibérico: Luís Zagalo, piano e direccção musical, David González violino, Fernando Arce violoncelo e bandolim, Hugo Monteiro contrabaixo. International Voices Ensemble: Bianca Adrião, Karina Macedo e Diogo Santos. E ainda Sebastião Santos na bateria e eu na voz e na guitarra.
Vemo-nos na Festa!» Tim.
TRAQUINAS
Traquinas animam pequenada
Com um CD de estúdio, um DVD ao vivo e 6 vídeos de estreia, os Traquinas são o novo grupo da música infantil Portuguesa que está a animar a malta mais pequena.
A Festa dos Traquinas é um musical infantil de grande energia e uma tremenda festa da família com grandes canções/vídeos dos Traquinas, coreografias, malabarismos, anedotas e histórias, tudo para cantar, dançar, rir e celebrar valores importantes e coisas boas da vida.
ÁFRICA NEGRA
Embaixadores de São Tomé e Príncipe
Mensageira do som de São Tomé e Príncipe e do «Mama Djumba», a banda África Negra conta mais de quarenta anos de história. Entre 1972 e 1974, ainda no período colonial português e das limitações à liberdade impostas pelo fascismo, começaram a tocar ao vivo nos fundões da capital São Tomé, em bailes ao ar livre que juntavam as diferentes comunidades locais. No início da década seguinte, editaram LPs de originais através da memorável editora Iefe Discos, que os fez passar por vários países, alguns dos quais Portugal, Angola e Guiné-Bissau. Depois de uma separação em 1989 a África Negra voltou e nos últimos 20 anos tem vindo a editar trabalhos novos e a actuar tanto em solos são tomenses, como em salas e festivais europeus.
Para conhecer a programação do AVANTEATRO da Festa do Avante 2023 clique aqui
Para conhecer a programação A FESTA DAS CRIANÇAS da Festa do Avante 2023 clique aqui
É fácil chegar à Festa do Avante 2023, seja, de comboio, de barco, de autocarro ou em transporte individual.
NOTAS
- COMO CHEGAR À FESTA DO AVANTE 2023 – Transporte individual, Transportes Públicos e Mobilidade Reduzida – Para saber mais clique aqui.
- Horário Festa do Avante 2023: Sexta-Feira (1 de Setembro) – 19H00 – 01H30; Sábado (2 de Setembro) – 10H00 – 01H30; Domingo (3 de Setembro) – 10H00 – 23H00
- SERVIÇOS – Bilheteiras, Bagageira, Multibanco, WC, Espaços Bebé, Posto de Saúde, Posto de informações de perdidos e achados – Para conhecer todos os locais onde se situam cada um destes serviços clique aqui.
- PARA COMPRA DA EP – ENTRADA PERMANENTE (29 € ATÉ 31 DE AGOSTO com acesso aos 3 dias da Festa do Avante 2023) clique aqui. *As crianças até aos 14 anos, inclusive, não pagam EP desde que acompanhadas por um adulto portador de EP.
Informação Extra:
Acesso de Mobilidade Reduzida, Autocarros, Bares, Comboios, Estacionamento, Multibanco, Parque Infantil, RestaurantesMorada:
Av. Baía Natural do Seixal 415, 2845-460 Amora, PortugalCoordenadas GPS:
38°37'54.34"N9°7'9.27"W
Transportes:
Vindo de norte deverá atravessar o Rio Tejo pelas pontes 25 Abril, seguir pela A2 e sair para o Seixal/Fogueteiro/Amora, ou pela Ponte Vasco de Gama, seguindo no sentido Barreiro/ Montijo e a partir pela A33 até à saída para o Seixal ou pelo IC33 até ao seu cruzamento na A2 e saindo posteriormente para o Seixal/Fogueteiro/Amora.Autocarro gratuito da Estação Foros de Amora
Os visitantes da festa têm ao seu dispor bilhetes de autocarro gratuitos entre a estação dos Foros de Amora e a Quinta da Atalaia - Paragem da Medideira (Sulfertagus - Carreira 1A) .Os bilhetes são válidos nos dois sentidos, nos dias 6, 7 e 8.
Vindo do Sul deve seguir pela A2 e sair para o Seixal/Fogueteiro/Amora.
Junto às várias saídas, estarão placas indicativas do sentido a seguir até à Festa.
Coordenadas GPS
Porta Quinta do Cabo - N 38.634294, W 9.115886
Porta Quinta da Princesa - N 38.63249, W 9.125205
Estacionamento
No Parque Maria Pires (junto à Escola Paulo da Gama) a 300 metros da Festa. Após a ponte da Fraternidade - GPS N 38.623 W 9.110
No Parque Fertagus (junto à estação de Foros de Amora), utilizando grátis a carreira 1A da Sulfertagus (bilhetes levantados mediante a apresentação da EP na Festa do «Avante!» e em algumas Sedes do PCP, nos dias da Festa junto à Estação em local próprio) - GPS N 38.623 W 9.130