Que pena, este evento já terminou! :(
FESTIVAL INTERNACIONAL DE CIRCO DO PORTO | 2018
Porto, Porto
Descrição do Evento
FESTIVAL INTERNACIONAL DE CIRCO DO PORTO | 2018 – O Porto vai ser palco de um grande festival internacional de novo circo. Entre os dias 13 e 16 de setembro, o Coliseu Porto Ageas, em parceria com a Porto Lazer, vai oferecer aos moradores da cidade e a todos os que a visitam mais de 40 espetáculos gratuitos, quase todos ao ar livre e em estreia nacional.
Serão, ao todo, 13 companhias nacionais e estrangeiras, que levarão 44 performances a vários espaços: o Coliseu (por tradição e excelência a casa do circo na cidade), o Largo de Santo Ildefonso, a Praça da Batalha, a Praça dos Poveiros e o Jardim de São Lázaro.
O objetivo é claro: fazer deste festival o maior evento de novo circo em Portugal, em linha com os maiores festivais internacionais, reforçando o posicionamento do Porto como centro das artes e da cultura.
Os espetáculos do I Festival Internacional de Circo do Porto, programados pelo presidente do Coliseu, Eduardo Paz Barroso, com a consultoria artística de João Paulo Santos, vão distribuir-se pelas praças e jardins do centro da cidade.
O chapitô da cidade será o Coliseu Porto Ageas, que vai receber as apresentações de maior dimensão. O primeiro espetáculo do I Festival Internacional de Circo do Porto no Coliseu será “Speakeasy”, da companhia francesa The Rat Pack, quinta-feira às 21:30. “Speakeasy” era o nome dado aos bares clandestinos que proliferaram durante a proibição do álcool nos anos 20 e 30 do século passado, nos Estados Unidos. É para o ambiente sombrio, da ilegalidade gangster nova-iorquina, que os seis performers e acrobatas vão transportar o público. “Speakeasy” é um cocktail que mistura cinema, teatro, trip-hop, amores proibidos e “acrobacias de tirar o fôlego”, como descreveu recentemente o canal de televisão francês M6, após a atuação da companhia no Palais des Glaces, em Paris. A banda sonora original foi composta pelo coletivo francês de trip-hop DJ Chinese Man. Uma criação eclética de uma companhia única, para ser descoberto pela primeira vez em Portugal. “Speakeasy” regressa ao Coliseu no dia seguinte, à mesma hora.
É também no Coliseu que a companhia Lapsus vai apresentar “Six Pieds sur Terre”, sábado às 21h30 e domingo às 17h30. Em palco, o público vai ver uma (des)construção, de movimentos mas também de tijolos e até de cascas de ovo. Juntos, os seis performers constroem monumentos distorcidos, torres mais bambas do que sólidas, pontes mais frágeis do que fiáveis. Mais cedo ou mais tarde, tudo se desmorona e desaparece como um castelo de cartas, diante dos nossos olhos. No meio da alegre confusão e da constante provocação, seis pares de pés passeiam-se unidos sobre a Terra. A companhia Lapsus nasceu em 2010, mas a amizade entre os artistas que a formam nasceu muito antes, no final do século XX, quando frequentaram juntos a École de Cirque de Lyon. Fazem a sua estreia nacional no FIC Porto e será deles o último espetáculo no Coliseu.
O Novo Circo é uma linguagem artística contemporânea que adotou todas as outras áreas, como o teatro, a dança, a música ou o vídeo, e todas as histórias ou conceitos são possíveis. Até as que menos se associariam às artes circenses. É essa paleta de cores infinita e sem fronteiras da criação atual de circo contemporâneo que pretendemos trazer aos diversos públicos nesta primeira edição do FIC Porto.
No Jardim de São Lázaro, por exemplo, Claire Ducreux apresenta, sexta e sábado às 17:00 e domingo às 15:00, “Le Sourire du Naufragé” (em português, O Sorriso do Náufrago), uma performance que é um poema visual. Ao longo de 30 minutos, a artista consegue combinar diferentes artes – dança, teatro, clown – e emoções – deslumbramento, comoção, humor. Com este espetáculo minimalista, que nos reduz ao essencial – como se fossemos todos náufragos – Claire Ducreux põe a dança ao serviço das emoções, brincando com o público através do humor. “Como ser uma bailarina graciosa, boa e, ao mesmo tempo, deliciosamente engraçada?”, perguntou a revista cultural francesa Les Inrockuptibles, para logo apontar a resposta: “Esta é a conquista audaciosa de Claire Ducreux que, com uma instalação minimalista, nos faz entrar no seu universo com elegância.”
No Jardim de São Lázaro será possível ver também “3D”, da companhia francesa H.M.G. (sexta e sábado às 19:00, domingo às 17:00). O objeto central do espetáculo – e que lhe dá nome – chama-se 3D e funciona como uma extensão do corpo, que se movimenta em três disposições, para três direções diferentes. São também três as artes que se misturam: o circo, o teatro e a música. As situações são construídas por movimentos sonoros concretos, num jogo acrobático praticado em estreita proximidade com o público. Em perspectiva vê-se uma relação lúdica com a matéria, o espaço e o outro.
É na Praça dos Poveiros que se poderá assistir à apresentação mais curta do FIC Porto. A companhia Toron Blues traz ao Porto “Rouge”, um número de apenas 15 minutos, que compensa em intensidade. Para ver sexta-feira às 15:00 e às 18:00, sábado nos mesmos horários e domingo às 13:00 e 16:00.
À mesma praça chega da Alemanha uma dupla recém-formada de acrobatas de circo contemporâneo. Enquanto Rosa Wilm pisava palcos como bailarina, Moritz Böhm trabalhava como químico, equilibrando os elementos da tabela periódica, mas sempre de olho nos equilíbrios das pistas de circo. Em 2013 criaram a companhia Zirkus Morsa. A estreia em Portugal far-se-á com “La Fin Demain”, que venceu, no ano passado, a secção OFF do festival francês Sorties de Bain, na Normandia. Para ganhar, só precisaram de uma mesa, de uma corda, de um tubo, de um tronco de madeira e, claro, de muita elasticidade e talento. Com estes elementos, pretendem transmitir uma mensagem de esperança para os tempos conturbados que se vivem: às vezes, o que falta no mundo é um pouco de equilíbrio. 100% circo atual, combinado com dança e movimento, para ver nos Poveiros durante 40 minutos na sexta-feira, às 12:00 e às 15:30, e no sábado, às 12:00 e 15:15.
Na Praça dos Poveiros haverá ainda uma festa de anos (sexta e sábado às 10:00, domingo às 11:00). É o aniversário do Victor e o público dá-lhe um presente que poderá mudar a sua vida. “Viva Victor” é um solo de Dieter Missiaen, da companhia belga kRaK. Uma performance poética de clown para públicos de todas as idades, com humor visual, absurdo e muita interação com os espectadores. Uma viagem a não perder, dentro, fora e em cima de uma autocaravana. Els Degryse e Dieter Missiaen criaram a kRak em 2008 com a intenção de fazer espetáculos de rua por todo o mundo para populações desfavorecidas, especialmente crianças. Uma década e várias apresentações depois, a dupla belga percebeu que a sua disciplina circense favorita é o clown e é nela que apostam todo o seu talento. Hoje, não atuam apenas para populações desfavorecidas, mas doam uma parte das receitas de cada espetáculo que fazem à Shangrila Home, um centro de acolhimento de crianças de rua no Nepal.
“Chemins…”, da companhia francesa Courcirkoui (sexta e sábado, 21:30) também poderá ver-se na Praça dos Poveiros. Entre velha sucata, folhas caídas no chão e uma árvore está um acrobata-equilibrista e um músico-malabarista. Não importa de onde chegaram estes dois personagens, mas sim os caminhos que escolhem pela frente. Um encarna a infância, encanta-se com tudo o que encontra e mantém a esperança, mesmo se à sua volta um mundo pós-apocalíptico chama a melancolia. O outro, mais experiente, parece ter-se deixado engolir pela realidade cinzenta. “Chemins…” ou, em português, “Caminhos”, desdobra-se na encruzilhada do circo, na experimentação sonora e na instalação contemporânea. Através das experiências e vôos de um, da música e da força do outro, os dois personagens apoiam-se um ao outro e avançam com o mesmo fôlego nesta que é uma viagem onírica para todas as idades.
E por falar em caminhos, a companhia portuguesa Marimbondo será a única a apresentar um espetáculo em movimento. Ao longo de 30 minutos, “Banda Rumtatá” anima quem a segue e quem passa, através de uma divertida mescla de músicas de circo, dixieland, malabarismo, magia e números cómicos. No caminho, esta companhia criada na Lousã em 1990 exibe ao público instrumentos nunca vistos: um realejo, uma tábua de lavar roupa, harmónicas várias da viragem do século e até um apito de pato. Percussão, saxofone, sousafone, momentos interativos com o público e, claro, muito rumtátá, é o que promete esta viagem. A partida está marcada para a Praça dos Poveiros, sexta e sábado às 18:15, e no domingo às 13:15.
O quarto palco do Festival Internacional de Circo do Porto é a Praça da Batalha. Por lá vão passar três criações: “Mavara”, de Chiara Marchese (sexta, sábado e domingo, às 11:00), a magia e a música de “Bobby & Moi”, da Companhia Poc (sexta e sábado às 15:00, domingo às 14:00) e “Bruit de couloir”, de Clément Dazin (sexta e sábado às 19:00, domingo às 18:00). Um dos espetáculos mais introspetivos que poderemos ver no FIC Porto, “Bruit de couloir” oferece uma viagem poética ao momento em que, perto do fim, vemos passar diante dos nossos olhos o filme das nossas vidas. Misturando malabarismo e dança contemporânea com gestos inspirados no hip-hop, o espetáculo evoca fragmentos de emoções e de vida através do corpo, bolas brancas e malabarismo. “Uma performance irreal, terrivelmente bela, terrivelmente humana”, descreveu o magazine cultural francês Télérama.
O quinto e último palco estará localizado no Largo de Santo Ildefonso e dá-nos a oportunidade de ver pela primeira vez em Portugal “Sol Bemol”, criação da companhia belga d’irque & fien, que recebeu no ano passado o primeiro prémio em Valladolid, Espanha. Pensado para um público de todas as idades, e inicialmente inspirado na crise dos refugiados, “Sol Bemol” apresenta-nos um casal que está perdido, que se encontra e que se perde novamente nesta partitura que é a vida em conjunto. A dupla vagueia de lugar em lugar, encontrando entendimentos, surpresas e desafios com os quais todos somos capazes de nos relacionar. Um dia, um anónimo deixou um bilhete no pára-brisas do carro da companhia belga d’irque & fien. Nele lia-se: “Obrigado pela forma como amplificam a poesia… Vocês são criadores de felicidade.” Dirk Van Boxelaere e Fien Van Herwegen são o duo unido, criadores de felicidade naqueles que assistem aos seus espetáculos. Performances de rua poéticas, que chegam a fazer cócegas à criança que há em nós, é o que podemos esperar desta companhia belga no primeiro dia do festival, quinta-feira, às 22:30, sexta-feira às 22:00 e sábado às 22:00.
Casa do Circo por tradição e excelência, o Coliseu assume para o Festival Internacional de Circo um objetivo claro: ser um evento marcante na área do novo circo em Portugal e entrar no roteiro dos maiores festivais internacionais, contribuindo para reforçar o posicionamento do Porto como centro das artes e da cultura.
Os espetáculos espalhados pela cidade serão a componente mais visível do evento. Mas há outras componentes importantes. Uma delas será a Conferência Internacional, um espaço de discussão e literacia para o novo circo e o estado da arte. O que é o circo contemporâneo? Quais as suas linguagens e abordagens artísticas? E que futuro se antevê? A conversa, intitulada “Que futuro para o Circo? Olhares sobre o Circo Contemporâneo” está marcada para sábado, às 11h00, na Sala Dois do Coliseu e os membros do painel serão revelados em breve.
Por fim, o público vai poder ver o resultado do Circo Social, um projeto de serviço educativo e residência artística que, desde abril, dá a oportunidade a um grupo de jovens da freguesia do Bonfim de conhecer e aprender as artes circenses. Estes rapazes e raparigas frequentam gratuitamente, até setembro, várias disciplinas educativas e artísticas do circo clássico e da sua vertente contemporânea, o Novo Circo.
Sob a direção artística do ator, encenador e formador Eduardo Dias, os alunos do Circo Social ajudaram a desenvolver uma performance que apresentarão em estreia absoluta no I Festival Internacional de Circo do Porto. “Calçada” mostra como umas singelas pedras nos podem inspirar e como elas carregam simbolismo. São o nosso chão. A performance vai-se calcetando, sob o pretexto de imagens e exercícios circenses adornados, numa exploração rítmica e ao encontro da relação corpo/objeto. A Calçada tantas vezes testemunha encontros e desencontros. E o Calceteiro? Com esta apresentação, o Circo Social propõe-se calcetar horizontes, segundo uma linguagem circense. Vão fazer dançar as pedras da Calçada em verdade, contando uma história simples, como a Calçada. Para ver no Foyer do Coliseu Porto Ageas na quinta, sexta e sábado, às 17:30, e no domingo, às 16:30.
Nota: a entrada nos espetáculos no Coliseu é feita por ordem de chegada, até ao limite da lotação da sala.