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Accordone encerram concertos do ciclo “Reencontros”

O agrupamento  Accordone conclui o ciclo “Reencontros” nos dias 23 e 24 de junho.  Sexta-feira, 23 de junho, o programa “Frottole – Miniaturas de compostura e nobreza” canta as paixões humanas de forma sofisticada, ao passo que “O fim da Renascença – Virtuosismo no final do século XVI” revisita no dia seguinte a grande vaga de inovação na linguagem musical ocorrida nesse período.

Os concertos têm por palco a Sala dos Cisnes do Palácio Nacional de Sintra, o único paço real português da Idade Média que chegou íntegro aos nossos dias. A hora de início é, em ambos os casos, as 21h30.  

“Reencontros” é uma iniciativa conjunta da Parques de Sintra e do Centro de Estudos Musicais Setecentistas em Portugal / Divino Sospiro, com direção artística do maestro e violetista Massimo Mazzeo.

Ainda neste âmbito, o ciclo “Reencontros” terminará em jeito de festa com um espetáculo de dança medieval e renascentista, aberto ao público, no Terreiro Rainha D. Amélia, no dia 25 de junho às 22h00. Será pelos sons, pelas danças e pelo trajar fino da Associação Danças com História, que a Sintra dos artistas (de van Eyck a Durer) será aqui revisitada. Na primeira parte teremos as danças e as histórias da corte de D João I, época medieval, seguidas das danças do tempo de D. Manuel I, época renascentista.

“FROTTOLE – MINIATURAS DE COMPOSTURA E NOBREZA”

Concerto de 23 de junho

“O FIM DA RENASCENÇA – VIRTUOSISMO NO FINAL DO SÉC. XVI”

Concerto de 24 de junho

Criado em 1984 por Guido Morini, Marco Beasley e o alaúdista Stefano Rocco, o ensemble Accordone ganhou ao longo destas mais de três décadas um estatuto incomparável no panorama da interpretação (ou reinterpretação) da música dos séculos XV, XVI e XVII, com especial incidência nos géneros vocais e/ou instrumentais mais populares desse tempo. A informação e inspiração para os seus programas e concertos provêm tanto de edições coevas de música ou tratados, como de fontes secundárias em que se descrevem eventos musicais (frequentemente associados à dança), como ainda da permanência nos dias de hoje de certos traços ancestrais nas tradições interpretativas de músicas populares.

Especialmente cultivado pelos Accordone desde sempre tem sido aquele “terreno instável” da música culta que se tornou popular e da música popular que chegou aos círculos cultos; ou ainda as práticas musicais em “tempos instáveis”, isto é, com mais rápidas e pronunciadas transformações.

Os dois concertos que os Accordone fazem este fim de semana em Sintra (em formato de quinteto, primeiro e de trio, depois, sempre com soprano solista) são disso bem ilustrativos. No primeiro, o foco é todo dado à ‘frottola’, género vocal-instrumental (no fundo, uma canção de duração breve) que fez furor em Itália e na Europa entre o último quartel do século XV e o primeiro terço do século XVI, conquistando profanos e religiosos, plebeus e aristocratas, ignaros e eruditos. O programa recria o que poderia ter sido um serão na corte mantuana de Isabella d’Este, uma das mais brilhantes e fascinantes personalidades do Renascimento sob todos os aspetos.

No dia seguinte, avançamos no tempo, mas pouco: em foco estará o período final do Renascimento – marcado a muitos títulos pela Contra-Reforma – e o Maneirismo, ou seja, o “caldo” de onde há-de nascer o período Barroco.

Neste concerto, eles serão iluminados, seja através de exemplos de um repertório destinado a instrumentos específicos, já com as primeiras explorações do virtuosismo na execução; seja através de géneros em que um ou mais instrumentos acompanham uma voz solista – no fundo, descendências da ‘frottola’ de meio século antes. Em cartaz, um caleidoscópio de autores, onde sobressaem os nomes de Monteverdi, Orlando di Lasso ou Caccini.

Informações úteis aqui.

Preço de bilhete por concerto: 10€

Capacidade da Sala dos Cisnes 160 lugares

O Palácio Nacional de Sintra, único paço real medieval português que chegou íntegro aos nossos dias, está prestes a receber o 3.º ciclo “Reencontros”, dedicado à música da Idade Média e Renascimento. Sete concertos que serão outras tantas descobertas de repertórios menos conhecidos, mas contextualizados em propostas que remetem para a história e cultura da Europa. De 2 a 24 de junho, na Sala dos Cisnes.

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