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ÚLTIMA SESSÃO DA TEMPORADA SALVÉ A LÍNGUA DE CAMÕES EM MATOSINHOS

Está a chegar ao fim da décima quarta temporada da iniciativa Salvé a Língua de Camões, que há quase quinze anos divulga textos e dramaturgos das várias margens da lusofonia. Na última sessão de 2018, que decorrerá esta quinta-feira, 13 de dezembro, pelas 22 horas, no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, o público participante nesta espécie de celebração natalícia terá direito a participar no sorteio para uma dupla prenda: um texto e um elenco.

“Camões – Amigo Oculto” constitui, assim, uma sessão especial desta iniciativa, durante a qual serão lidos excertos dos vários textos que este ano foram objeto de leitura encenada no âmbito do projeto Salvé a Língua de Camões. Serão, assim, sorteados e lidos fragmentos das peças “Ensaio sobre o espetáculo”, “A Espantosa Câmara dos Espelhos do Senhor Ninguém”, “Crer que no fundo do pote de argila a vida não oxida”, “Quarto77”, “Frankenstein, Fragmentos da guerra”, “Alto Falante”, “Siameses”, “Michel III – uma farsa à brasileira”, “Lacunas” e “Imortais”.

Concebido para promover a divulgação de dramaturgias em língua portuguesa, apresentando leituras encenadas de textos de autores consagrados e emergentes, o projeto Salvé a Língua de Camões dará a conhecer dez autores numa só sessão: Marco António Garbellini, Cláudia Maria de Vasconcellos, Drika Nery, Leonardo Alkmim, Sérgio Roveri, Lena Roque, Paulo Faria, Fábio Brandi Torres, Daniela Schitini e Newton Moreno.

Com direção de Nuno Malela, as leituras encenadas estarão a cargo de Afonso Quintã, Ana Raquel Araújo, Fátima Maganinho, Julieta Teixeira, Nuno Malela e Patrícia Barbosa, aos quais se juntarão os elementos do público que não consigam resistir à tentação de dar voz aos textos dos amigos secretos da língua de Camões.

Salvé a Língua de Camões é um projeto da Companhia de Teatro Reator e da Câmara Municipal de Matosinhos, que contam com a parceria do Teatre dels Argonautes, de Barcelona, e do Centro de Dramaturgia Contemporânea, de São Paulo. A participação nas sessões implica o pagamento de uma taxa de 1 euro.

SEIS DEZENAS DE PRESÉPIOS EM EXPOSIÇÃO NA GALERIA DA BIBLIOTECA MUNICIPAL FLORBELA ESPANCA

Seis dezenas de presépios vão integrar a exposição “Natividade. Presépios na Colecção Cristóvam Dias”, que abre portas no próximo sábado, 15 de dezembro, na Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, e até 02 de março. A mostra incluirá obras de alguns dos mais notáveis ceramistas nacionais, como Júlia Ramalho, os Irmãos Mistério ou Rosa Côta, mas também representações da natividade produzidas no Brasil, no México, no Perú e na China.

Figuração do nascimento de Jesus Cristo de acordo com o Evangelho de São Lucas, o presépio é um dos elementos centrais da celebração religiosa da quadra natalícia. A mais antiga representação conhecida data do século II, embora só no século XIII São Francisco de Assis tenham impulsionado o seu uso com a recriação de um presépio vivo numa gruta de Greccio, aldeia do Vale de Rieti.

As peças que compõem a exposição “Natividade” são, na sua maioria, originárias dos principais centros produtores portugueses de cerâmica artística figurativa (Barcelos, Famalicão, Santo Tirso, Bisalhães, Bragança, Caldas da Rainha, Estremoz e Évora), criadas por um importante conjunto de artistas e artesão nacionais, como Júlia Ramalho, Rosa Côta, Irmãos Mistério, Sérgio Amaral, Manuel Macedo, João Ferreira ou Delfim Manuel. Os presépios adquirem, assim, uma nova feição, desde logo minhota, passando, por exemplo, a incluir o Galo de Barcelos. Maria e José surgem trajados à minhota, a dançar o Vira. A manjedoura transfere-se para um carro de bois. As figuras bíblicas transformam-se em matarrachos tão delirantes como qualquer um dos produzidos na banca criativa de Sérgio Amaral.

Em alguns casos terá sido o próprio Cristóvam Dias a encomendar as representações da Natividade aos artesãos, que tinham na Romaria do Senhor de Matosinhos um dos principais pontos de venda dos seus produtos. É o caso de uma peça de Carlos Baraça, que custou ao colecionador “2000$00” (dois mil escudos, cerca de dez euros).

Para além de brilhante fotógrafo, José Cristóvam Dias (1931-2014) reuniu ao longo da sua vida uma coleção de cerâmica com 2700 peças, entre as quais 800 obras de figurado português. Por vontade do colecionador e dos seus herdeitos, este espólio foi doado à Câmara Municipal de Matosinhos em 2015, tendo a autarquia assumido o estudo, inventariação e divulgação do valioso acervo de Cristóvam Dias.

Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca – Rua Alfredo Cunha, 4450-519 Matosinhos – 15 de dezembro a 02 de março

CONCERTO DE ANTÓNIO ZAMBUJO MARCA INÍCIO DO NATAL EM MATOSINHOS

António Zambujo marca início da animação de Natal em Matosinhos, com um concerto, de entrada livre, no dia 30 de novembro, pelas 21:30, diante dos paços do concelho. Iluminações dinâmicas diante dos paços do concelho, uma feira de artesanato renovada e a animação da Rua Brito Capelo são algumas das apostas da Câmara Municipal de Matosinhos para dinamizar o comércio tradicional entre 30 e novembro e 6 de janeiro.

É gorducho e vermelho, mas ainda assim irresistível. O Pai Natal está de volta a Matosinhos, este ano rodeado de uma programação ambiciosa cujo arranque ficará marcado, esta sexta-feira, por um concerto gratuito de António Zambujo, que acaba de lançar novo disco, “Do Avesso”. As novas canções e os principais êxitos do músico alentejano vão, assim, contribuir para um início às direitas da quadra natalícia, à qual não faltará a tradicional Feira de Artesanato de Matosinhos, que abrirá também na sexta-feira, transformada este ano numa autêntica aldeia de Natal.

São, pois, muitas e boas novidades que o Natal traz a Matosinhos. Ainda antes do concerto de António Zambujo, diante dos paços do concelho, serão inauguradas as tradicionais iluminações, que voltam a encher de cor as principais ruas comerciais das várias freguesias do concelho, com natural destaque para Matosinhos e Leça da Palmeira. A cerimónia que dá início aos festejos terá lugar, desta vez, na Rua Brito Capelo, pelas 17h30.

Organizada, como é habitual, pela associação Andarte, com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, a Feira de Artesanato de Matosinhos volta a decorrer entre o arvoredo do Jardim Basílio Teles. O espaço surgirá, todavia, totalmente renovado com a instalação de dezenas de barraquinhas de madeira, uma espécie de aldeia do Pai Natal para graúdos e miúdos, onde o mais difícil vai ser resistir ao melhor do artesanato português, aos queijos, aos doces e aos enchidos.

Entre a feira e os paços do concelho estará também montada, mas apenas a partir de 8 de dezembro por força dos estragos provocados pela tempestade do passado domingo, uma inovadora estrutura de iluminação natalícia, dinâmica, a qual proporcionará grandes espetáculos de luz, cor e som. Vai valer a pena esperar.

Também no dia 30, e após o concerto de António Zambujo nos jardins a Biblioteca Municipal Florbela Espanca, a abertura do programa de Natal de Matosinhos, que se prolongará até 6 de janeiro, ficará ainda marcada por um espetáculo de fogo-de-artifício. Para mais tarde recordar (e partilhar nas redes sociais), o espaço contará ainda com a magia quase infantil dos carrosséis.

O outro grande polo da animação será a Rua Brito Capelo, que vai estar decorada com iluminações e uma passadeira vermelha a preceito. O comércio tradicional vai atribuir prémios aos seus clientes mais fiéis (sorteios nos dias 1, 5, 8, 12, 15, 19 e 22 de dezembro, de acordo com o regulamento disponível no site da Câmara Municipal) e também uma viagem para duas pessoas à Disneyland Paris .

As melhores montras da tradicional artéria comercial de Matosinhos vão também ser premiadas, podendo, assim, rivalizar com a Casa do Pai Natal que ali vai estra montada até 23 de dezembro. E para que a animação não falte, a Brito Capelo voltará este ano a ser palco de um desfile de figuras alusivas à quadra natalícia. O percurso festivo será efetuado todos os sábados de dezembro, pelas 11h30, e ligará os paços do concelho e o Mercado Municipal.

A programação contará ainda, no dia 1 de dezembro, pelas 17 horas, com um espetáculo de bailado que tratará um excerto de “Copélia” ao espaço diante dos paços do concelho. Para o dia 14 de dezembro está ainda prevista a inauguração, na galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, uma exposição de presépios do acervo do colecionador Cristóvam Dias. Patente até março, esta mostra reúne peças da tradição artesanal portuguesa e de outros países, contando com peças de Rosa Ramalho, Júlia Ramalho, Rosa Côta e dos Irmãos Mistério, entre outros.

Foto de António Zambujo: © Rita Carmo

CONCERTO PRESTA TRIBUTO AOS POETAS QUE INSPIRARAM MÚSICOS

Concerto presta tributo aos poetas que inspiraram músicos, no Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery, na próxima sexta-feira, dia 23 de novembro, pelas 21:30. A verdade é que compositores como Claude Debussy, Fernando C. Lapa, Richard Strauss, Alexandre Delgado e António Chagas Rosa, deixaram de uma forma ou de outra inspirar-se pelas palavras de diferentes poetas, construindo peças musicais suscitadas pelos versos, pelo som e pelo silêncio da poesia. As suas composições fazem ainda parte do programa do recital, que juntará no palco do Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery o pianista Jaime Mota e a soprano Cláudia Pereira Pinto.

Concebido no exato cruzamento da música com a poesia, o concerto pretende homenagear os poetas que, desde a Idade Média, vêm influenciando e inspirando inúmeros compositores. Numa viagem que vai do século XIX ao ano de 2007, percorrendo a poesia e a tradição musical de três países distintos, Jaime Mota e Cláudia Pereira Pinto interpretam os versos de três poemas de Florbela Espanca (“Vaidade”, “Mistério” e “Desejos Vãos”), tal como foram musicados por António Chagas Rosa, Alexandre Delgado e Fernando C. Lapa, respetivamente.

Resultado também de um CD que o pianista e a cantora gravaram em 2007, totalmente dedicado a composições para poemas de Florbela e editado no âmbito de um projeto patrocinado pela Câmara Municipal de Matosinhos, o recital servirá de aperitivo para a Festa da Poesia, que este ano volta a homenagear a poetisa no dia em que se assinala a data do seu nascimento e da sua morte: 8 de dezembro.

O concerto de Jaime Mota e Cláudia Pereira Pinto abrirá, todavia, com as cinco melodias que Claude Debussy, então jovem, entre 1880 e 1883, compôs para poemas de Paul Bourget. A encerrar o recital ouvir-se-ão “Vier Letzte Lieder”, quatro das últimas canções compostas por Richard Strauss, em 1948, as quais acompanham três poemas de Hermann Hesse e um de Joseph von Eichendorff.

Sendo dois dos mais conceituados intérpretes portugueses, Jaime Mota e Cláudia Pereira Pinto têm desenvolvido uma colaboração musical intensa, apresentando-se regularmente em duo em diversos palcos nacionais.

Entrada: 7,50€

FESTIVAL JUNTOS PEL’ARTE CHEGA ESTA SEMANA À SUA 20ª EDIÇÃO

O Festival Juntos Pel’Arte, evento inclusivo decorre entre os dias 22 de novembro e 2 de dezembro na Biblioteca Municipal Florbela Espanca e nos Paços do Concelho de Matosinhos. Esta parceria entre a Câmara Municipal de Matosinhos e a Associação de Pais e Amigos da Pessoa Deficiente Mental comemora este ano a 20ª edição consecutiva. O Festival Juntos Pel’Arte, congrega atividades artísticas dos alunos das escolas de concelho e de utentes de instituições de solidariedade social dedicadas aos cidadãos com necessidades especiais.

Partindo das potencialidades da arte como elemento unificador, o Juntos Pel’Arte tem como fulcro uma exposição de trabalhos de pintura, escultura, cerâmica e manualidades, na qual participam alunos de escolas básicas e secundárias do concelho e utentes de instituições de apoio à pessoa com deficiência. Uma parte das obras expostas destina-se, aliás, a ser vendida aos visitantes, revertendo os fundos obtidos para as instituições que lidam de perto com a deficiência.

Para além da exposição, que decorrerá durante as duas semanas do evento, na galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, o Juntos Pel’Arte inclui ainda uma forte componente lúdico-pedagógica, contando com a realização de ateliês, workshops, tertúlias e espetáculos de movimento e dança (ver programa em anexo).

“Concelho exemplar em vários domínios da sua atividade, Matosinhos tem procurado fazer a diferença também no que respeita às políticas de integração e promoção social. A iniciativa Juntos Pel’Arte constitui, assim, um elemento particularmente simbólico desta política, permitindo que cidadãos com diferentes idades e necessidades mostrem à comunidade o seu trabalho artístico, permanecendo anónima a autoria das peças. (…) Foi, há 20 anos, uma grande ideia. É agora uma feliz realidade que se tornou parte integrante do programa cultural regular da Câmara Municipal de Matosinhos”, sublinha a presidente autarquia, Luísa Salgueiro.

C0nsulte aqui todo o programa.

QUARTETO DE CORDAS DE MATOSINHOS UMA VIAGEM MUSICAL NA CAPELA DO CORPO SANTO

O Quarteto de Cordas de Matosinhos interpretará no concerto marcado para este sábado, 10 de novembro, pelas 18 horas, na Capela do Corpo Santo, em Leça da Palmeira (Rua Doutor Albano de Sá Lima), “Num nervoso delíquio d’oiro intenso” do compositor Igor Reina, inspirado por Florbela Espanca no lindíssimo poema “Vozes do Mar”, que há-de ter escrito em Matosinhos, diante do mar de Matosinhos, e com Camões no horizonte, “Quando o sol vai caindo sobre as águas/Num nervoso delíquio d’oiro intenso,/Donde vem essa voz cheia de mágoas/Com que falas à terra, ó mar imenso?…”.

Integrado no ciclo de concertos gratuitos que o agrupamento formado por Vítor Vieira (1.º violino), Juan Carlos Maggiorani (2.º violino), Jorge Alves (viola) e Marco Pereira (violoncelo) tem vindo a fazer em diversos espaços religiosos do concelho com o intuito de democratizar o acesso à música erudita, o recital de sábado incluirá, para além da estreia do “Quarteto de Cordas nº1”, encomendado pela Câmara Municipal de Matosinhos a Filipe Lopes e Igor Reina, a “Suite Mirandesa” de Fernando Lapa e o “Quarteto de cordas em Fá maior op.50, nº5”, que Joseph Haydn compôs em 1787.

A peça de Fernando Lapa, cuja suite original data de 2009, será desta vez interpretada na sua versão para quarteto de cordas, escrita em 2017 e que, tal como na composição inicial, articula quatro melodias tradicionais da região de Miranda do Douro.

Parte dos seis Quartetos Prussianos dedicados ao rei Frederico Guilherme II da Prússia, considerados por alguns como as melhores peças alguma vez compostas para quarteto de cordas, o “Quarteto de cordas em Fá maior op.50, nº5” revela a faceta mais descontraída, leve e bem-humorada da obra de Joseph Haydn. Também conhecido pelo subtítulo “Ein Traum” (um sonho), a peça é composta por quatro andamentos de uma grande sofisticação musical. Não por acaso, Goethe considerou que Haydn se transformou, também graças a esta peça, na fonte de toda a música moderna posterior.

Criado em 2007 por iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos, o Quarteto de Cordas de Matosinhos desenvolve um importante trabalho de preservação da herança musical portuguesa e europeia, e de estímulo à criação de novas obras. Atua regularmente nos principais palcos nacionais e europeus, tendo vencido, em 2014, o prémio Rising Stars da Organização Europeia de Salas de Concertos.

O LADO FEMININO DE UMA COLEÇÃO DE ARTE EM EXPOSIÇÃO EM MATOSINHOS

O lado feminino de uma coleção de arte, que a Câmara Municipal de Matosinhos vem consolidando desde a época de 1950, vai dar origem a um conjunto de três exposições no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, Matosinhos. O mote é a designação de uma das mais famosas séries expositivas de Helena Almeida, recentemente falecida: em jeito de homenagem àquela que foi uma das mais importantes artistas portuguesas de todos os tempos, o título “Ouve-me, sente-me, vê-me”, dando a conhecer outras tantas perspetivas sobre as mulheres artistas presentes no acervo municipal.

A primeira das exposições, “Sente-me”, vai ser inaugurada no próximo sábado, 10 de novembro, pelas 16 horas, e ficará patente até ao dia 23 de março. Seguir-se-ão, ainda em 2019, “Ouve-me”e, em 2020, “Vê-me”, completando o percurso pelo lado feminino da coleção municipal de artes plásticas e trazendo à luz do dia um conjunto de obras pouco mostradas no decurso das últimas décadas.

A coleção de arte da Câmara Municipal de Matosinhos conta com mais de 200 obras realizadas por artistas femininas. Nesta primeira exposição que lhes é dedicada estarão patentes obras de Aurélia de Souza, Armanda Passos, Stella de Brito e Isabel Sabino (pintura), Irene Vilar e Ana Júlia Dias (escultura), e Olívia Silva (fotografia).

Num tempo profundamente marcado pelos debates em torno das questões de género, as três incursões ao universo feminino no acervo municipal pretendem constituir-se como uma reflexão em torno da secundarização, da desvalorização e do silenciamento das artistas, contribuindo, assim, para a necessária irradicação dos estereótipos preconcebidos sobre aquilo que o género feminino e o género masculino podem ou devem ser, estar, fazer, sentir e criar.

Após a exposição recentemente dedicada às obras de Aurélia de Sousa presentes no acervo municipal, a série “Ouve-me, sente-me, vê-me” permite, deste modo, um novo olhar sobre a importante presença feminina na coleção da autarquia.

“Artistas como Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Filipa César, Aurélia de Souza, Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, Graça Morais, Maluda, Menez ou Josefa de Óbidos foram capazes de, nas épocas respetivas e de acordo com as circunstâncias existentes, afirmar a qualidade do seu trabalho no panorama nacional e internacional, impondo-se como referências obrigatórias da cultura portuguesa. São, nesse sentido, um exemplo para todas as mulheres”, considera a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, no texto que escreveu para o catálogo da exposição.

OS BASTIDORES DO FILME “CARGA” PARA VER NO MERCADO DE MATOSINHOS

O filme “Carga”, de Bruno Gascon, chega às salas de cinema a 8 de novembro, retratando o drama do tráfico de seres humanos. Antes disso, já esta sexta-feira, 2 de novembro, pelas 14h30, chega ao Mercado Municipal de Matosinhos a exposição “Um Olhar Fotográfico sobre os bastidores do filme Carga”, promovida pela Rede Regional do Norte de Apoio e Proteção a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos.

A exposição reúne vinte das imagens captadas pelo fotógrafo Luís Sistelo durante os 54 dias de rodagem do filme, que conta com a estreia cinematográfica da manequim matosinhense Sara Sampaio. As fotografias de Luís Sistelo selecionadas para a exposição procuram simultaneamente dar a conhecer os bastidores do filme e sensibilizar os visitantes para o crime de tráfico de seres humanos.

A inauguração da exposição, que estará patente até 8 de novembro, contará com a presença da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, do Relator Nacional para o Tráfico de Seres Humanos, Manuel Albano. A visita à mostra pode ser feita individualmente ou com o apoio e o enquadramento de técnicos da Rede Regional do Norte de Apoio e Proteção a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos.

Constituindo uma atroz violação dos mais elementares direitos humanos, afetando milhões de pessoas todos os ano, o tráfico de seres humanos (TSH) é uma realidade com um impacto económico comparável ao do tráfico de armas e de droga, ao qual Portugal não está imune. Em 2016, de acordo com Observatório do Tráfico de Seres Humanos do Ministério da Administração Interna, foram sinalizadas 264 presumíveis vítimas de TSH em Portugal, representando um acréscimo 68,8% relativamente ao ano anterior. Em 2017 foram confirmadas 118 vítimas.

Em 2013 foi criada em Portugal a Rede de Apoio e Proteção às Vítimas de TSH, sob coordenação da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG). A rede, de que a Câmara Municipal de Matosinhos faz parte, tem como missão combater o tráfico humano, apoiar as vítimas, sinalizar casos suspeitos e sensibilizar a comunidade para o problema.

As visitas guiadas deverão ser agendadas previamente através do e-mail redetshnorte@gmail.com ou do telefone 918654101.

O HOMEM QUE SÓ QUERIA SER TÓSSAN

O nome de António Fernando dos Santos não dirá muito a quase ninguém. Já o do ilustrador Tóssan, seu alter-ego, corresponde a um “humorista total” e a um “poeta do absurdo”, conforme o define Jorge Silva, comissário da exposição “Tóssan — A Vida é Engraçada Mas Eu Levo-a a Sério”, que será inaugurada esta quarta-feira, 3 de outubro, pelas 17 horas, na Casa do Design de Matosinhos.

Organizada pela Câmara Municipal de Matosinhos, pela Câmara Municipal de Setúbal e pela esad—idea, Investigação em Design e Arte, a exposição estará patente na Casa do Design Matosinhos até 2 de março de 2019, reunindo o espólio do multifacetado artista, designer, ilustrador, humorista e poeta, objeto de homenagem na última edição da Festa da Ilustração 2018, que decorreu em Setúbal durante o mês de junho.

“Não há melhores palavras para definir o artista do que as proferidas pelo historiador e ensaísta brasileiro, embaixador Alberto da Costa e Silva: ‘Não queria ser um grande artista, nem um grande ator, escritor ou pintor. Ele queria ser o Tóssan e o Tóssan ele foi plenamente’”, considera o comissário da exposição, Jorge Silva, designer e fundador do atelier Silvadesigners. Nascido em Vila Real de Santo António, em 1918, António Fernando dos Santos faleceu em 1991, em Lisboa, depois de uma vida artística multifacetada que o levou a passar pelo jornal “Diário de Lisboa” ou pela editora Terra Livre.

“Tóssan — A Vida é Engraçada Mas Eu Levo-a a Sério” reúne ilustrações, caricaturas, desenhos e rascunhos de um artista que não queria mais do que descobrir a própria identidade. “Era o humorista total, o poeta do absurdo, o declamador de memória prodigiosa, o incrível conviva que reinava em jantares e festas, desfiando ininterruptamente histórias fantásticas que muitas vezes eram apenas episódios da sua vida real, o eterno apaixonado pela infância, que brindava as crianças que não teve com jogos desenhados e papéis recortados. Tóssan era o vulcão explosivo que contagiava tudo o que tocava”, recorda Jorge Silva.

 “Escrevia para a gaveta, em centenas de papéis rabiscados com ideias, esboços e poemas completos, de um nonsense e humor irresistíveis, a dar um sentido à vida, que Tóssan acreditava absurda. A célebre ‘Ode ao Futebol’, escrita em 1945, só veio a público em 1969, declamada no programa ‘Zip Zip’ e impressa no jornal ‘A Bola’. Raúl Solnado e Mário Viegas apreciavam-no e vaticinavam-lhe glórias que Tóssan nunca quis cumprir. […] Designer e ilustrador, foi tão bom como os melhores, sempre a favor dos ventos, mesclando nas páginas impressas as influências dos grandes artistas seus contemporâneos”, descreve  ainda o coordenador da exposição.

“Tóssan — A Vida é Engraçada Mas Eu Levo-a a Sério” sucede à exposição “Portugal Imaginário” na galeria secundária da Casa do Design de Matosinhos, onde, recorde-se, continua a exposição “Imprimere — Arte e Processo nos 250 Anos da Imprensa Nacional”, que assinala os 250 anos da fundação da Impressão Régia, percursora da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

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