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AUTO DE NATAL DA TRINDADE RETOMA TRADIÇÃO EM BEJA

Auto de Natal da Trindade é uma manifestação cultural secular celebrada na aldeia de Trindade e que remete para uma tradição de teatros populares que em tempos pontuavam a paisagem rural alentejana. Por força e tenacidade de Mariana Lopes e de um grupo de familiares e amigos, a Trindade é o último reduto onde ainda se faz levantar a peça com base num documento, escrito a pena, com vários séculos de história do qual dona Mariana Lopes é guardiã.

Dia 12 de janeiro, na Rua de Santo Andrépelas 18h30, depois de 2 anos de interregno e dolorosas dúvidas sobre se teria o Auto da Trindade tido o seu fim, vai levantar-se o auto da Trindade numa ação conjunta da comunidade e a Câmara Municipal de Beja/Biblioteca Municipal de Beja/Centro Unesco para a Salvaguarda do PCI, a União de Freguesias de Albernoa e Trindade, a delegação da Cruz Vermelha de Beja e a companhia de teatro Baal17. Esta original manifestação é apoiada pelo Projeto 1234.REDES.

Neste dia, durante cerca de três horas serão apresentados ao público os principais momentos de uma peça que conta a história da criação do mundo e da vinda do “Salvador” através de uma narrativa que ultrapassa a descrição normativa da história dos doze dias. Este retomar de uma história de séculos centrada na Trindade será apenas o início. Pretende-se que este “ensaio assistido” ou apresentação resumida do longuíssimo auto, marque o início de um projeto de salvaguarda da manifestação que possibilite o seu estudo aprofundado, infelizmente ainda por realizar, e crie condições para que se possa levantar o Auto na sua totalidade convocando a comunidade da Trindade e de Beja para a sua representação no final de 2019.

É inegável o valor patrimonial do Auto de Natal da Trindade. Para além do valor histórico e da beleza e sabedoria dos versos que ali encontramos, foi fator de coesão de uma comunidade durante décadas. Hoje é uma viagem à memória e àquilo que nos diferencia, àquilo que resiste apesar de todas as crises, é a representação de uma cultura legítima, de elevado valor, que tem ainda lugar na contemporaneidade e deve ser reconhecida como tal. Dia 12 será representado parte de um texto único e, sobretudo, serão homenageados os seus portadores.

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