Jorge Sousa Braga, foi hoje anunciado como vencedor do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2020, cuja atribuição havia sido adiada devido à pandemia. Jorge Sousa Braga venceu assim o prémio, que anualmente distingue obras de prosa ou poesia escritas em língua portuguesa sobre motivos do mito inesiano, com a obra A Matéria Escura e Outros Poemas, da editora Assírio & Alvim. A Cerimónia de entrega de Prémios terá lugar a 9 de abril de 2022, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.
Natural de Cervães, Vila Verde, o médico obstetra Jorge Sousa Braga é autor de uma vasta obra poética e, para além da sua singular criação lírica, tem-se destacado no campo da literatura infanto-juvenil e como tradutor e/ou organizador em várias antologias. A Matéria Escura e Outros Poemas venceu, para além do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2020 agora anunciado, o prémio para “Melhor Livro de Poesia”, nos Prémios Autores 2021, atribuídos pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
Sobre a obra premiada escreveu o presidente do júri do Prémio Literário Fundação Inês de Castro, José Carlos Seabra Pereira: “(…) Assim Jorge Sousa Braga nos conduz até A Matéria Escura e Outros Poemas em 2020, de que nos faculta aquela visão constitutiva que não alcançamos para a matéria não luminosa que preenche as galáxias. Singularizado pelo núcleo de onze poemas cósmicos e sua longa litania de abertura, depois acolitados por outros poemas de motivos científicos, entre o espanto e o alarme de «Tanta conexão / E tanta solidão» («O Cérebro»), o livro não abdica da pluralidade temática, com altos momentos poéticos em «Mulheres e árvores» ou em «A Última Ceia» e seu extraordinário Ecce Homo de piedade reversa perante a humanidade de um Cristo carregando a sua e nossa «cruz quotidiana».”O júri do Prémio Literário Fundação Inês de Castro, com a mesma composição de anos anteriores – José Carlos Seabra Pereira, Mário Cláudio, Isabel Pires de Lima, Pedro Mexia e António Carlos Cortez – escolheu, por unanimidade, atribuir o Prémio Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro 2020 à obra de João de Melo.
João de Melo nasceu nos Açores, em 1949. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa e foi professor nos ensinos secundário e superior. Entre 2001 e 2010, desempenhou o cargo de conselheiro cultural na embaixada de Portugal em Madrid. Com trinta livros publicados (ensaio, antologia, poesia, romance e conto), tem obras traduzidas em Espanha, França, Itália, Holanda, Roménia, Bulgária, Alemanha, Estados Unidos, México, Colômbia e Croácia. Ao seu romance Gente Feliz com Lágrimas foram atribuídos cinco importantes prémios literários: Grande Prémio de Romance e Novela da APE, Prémio Fernando Namora, Eça de Queiroz, Livro do Ano Antena Um e o Prémio Internacional Cristóvão Colombo (Lima, Peru). Foi ainda adaptado a televisão para a RTP, numa série de cinco episódios dirigida por José Medeiros, e ao teatro por João Brites para o grupo «O Bando». Em 2016, João de Melo recebeu o Prémio Vergílio Ferreira, consagrando a sua carreira literária.
Em 2020 voltou a sobressair com um romance, Livro de Vozes e Sombras, em que reexplora a sua mestria de composição, linguagem e estilo, reactivando o duplo movimento de recolecção do sentido histórico. Em 2021, Livro de Vozes e Sombras venceu o Grande Prémio Literário dst (Braga) e Prémio Literário Urbano Tavares Rodrigues, da Fenprof – Federação Nacional dos Professores.
Ao longo dos anos, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro tem distinguido autores e obras de reconhecido valor, como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Hélia Correia (2010), Gonçalo M. Tavares (2011), Mário de Carvalho (2013), Rui Lage (2016), Rosa Oliveira (2017), Djaimilia Pereira de Almeida (2018) ou Andreia C. Faria, vencedora do galardão em 2019.
A Cerimónia de entrega de Prémios terá lugar a 9 de abril de 2022, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.
Aceda aqui à lista completa de obras e autores premiados.