A APEFE – Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos nasce no final de 2016 e já tem como objectivo baixar o IVA dos espectáculos ao vivo e exposições de novo para os 6%. Querem também rever as leis de segurança e de álcool.
Jorge Lopes (festival MEO Marés Vivas), Álvaro Covões (NOS Alive), Paulo Dias (Teatro Tivoli/UAU), entre outros, fundaram a APEFE, que nasce para “unir esforços entre os protagonistas do sector por forma a melhorar a oferta de espectáculos e festivais em Portugal e, por inerência, alavancar áreas vitais para o País, como a cultura, o turismo e a economia”, segundo um comunicado.
São mais de vinte as promotoras de festivais e espectáculos que já se juntaram à APEFE, que avança que uma das primeiras iniciativas é saber qual o valor do sector, como afirmou à agência Lusa o presidente, Jorge Lopes. No primeiro ano de mandato a recém-eleita direcção afirma o seguinte: “Queremos fazer um estudo sobre o sector, avaliar o mercado, ter um espelho do que vale, sabendo que já investimos muito na promoção dos festivais no estrangeiro e que isto é importante para o turismo, para a cultura, para a economia”, referiu o promotor da PEV Entertainment e que pretende “fazer regressar o IVA dos espectáculos ao vivo e exposições aos 6%”, afirma o mesmo, que actualmente está nos 13%
De acordo com os dados mais recentes do INE sobre este sector, só em 2015 os espectáculos ao vivo geraram cerca 59,6 milhões de euros em receitas, mas Jorge Lopes estima que o valor do mercado seja três vezes superior, já que aquela verba diz respeito sobretudo aos valores de bilheteira.
Segundo a mesma fonte estatística, os espectáculos ao vivo (que englobam concertos de pop, rock, fado, ópera, teatro, dança ou circo) registaram no total 12,5 milhões de espectadores, dos quais apenas 3,9 milhões pagaram bilhete.
Além de fazer um estudo de mercado, a associação tem também como objectivo criar grupos de trabalho que sirvam de interlocutores junto do Governo e das entidades ligadas ao sector, para lidar com questões como a fiscalidade, segurança, direitos de autor e/ou regulamentação da actividade.
“Há muito que existia necessidade de criar uma associação destas, que juntasse todos os promotores, porque há muitas questões que têm estado a ser discutidas e decididas em separado. Há legislação que foi feita para esta atividade e os promotores não foram ouvidos”, disse Jorge Lopes.
O actual Governo inscreveu no Orçamento do Estado para 2017 uma proposta de regulamentação do registo dos profissionais do sector das actividades artísticas, culturais e de espectáculo.
A direcção com mandato de dois anos é integrada por Jorge Lopes (PEV Entertainment), Álvaro Covões (Everything is New), Paulo Dias (UAU), Sandra Faria (Força de Produção) e Ana Rangel (Plano 6).
Segundo Jorge Lopes, os 26 promotores que estiveram presentes na reunião fundadora representam 90 por cento dos espectáculos ao vivo e festivais de música presentes em Portugal. Estão representados os promotores seguintes:
Ao Sul do Mundo, CRL
Better World
Décima Colina
Everything is New
Força de Produção
Grupo Chiado
H2N
Live Act
Mandrake
Música no Coração
PEV
Plano 6
Primeartists
Produtores Associados
Regiconcerto
Ritmos & Blues
Ruela Music
Sons em trânsito
UAU
Uguru
Vibes & Beats
Promotores que manifestaram apoio, mas que não marcaram presença por motivos profissionais:
CV Music & Events
Incubadora de Artes
Lemon
Primeira Linha
Ritmos Lda.
Jorge Lopes recorda ainda que qualquer entidade inscrita como promotora na Inspecção-Geral das Actividades Culturais pode associar-se à APEFE.