O Dia da Europa (9 de maio) celebra a paz e a unidade na Europa em toda a União Europeia. Como símbolo do espírito de cooperação entre as nações europeias, a EUNIC Portugal, com o apoio da Representação da Comissão Europeia em Portugal, promove nesse dia um concerto nos seis órgãos da Basílica de Mafra, com seis organistas europeus sob a direção artística de João Vaz, a partir das 21h00, aberto ao público e com entrada livre.
Os seis organistas de seis países europeus neste Dia da Europa, são – Ludger Lohmann (Alemanha), Reinhard Jaud (Áustria), Juan de la Rubia (Espanha), Roberto Antonello (Itália), João Vaz (Portugal) e Steffen Schlandt (Roménia) – tocarão juntos em várias combinações.
O programa do concerto foi concebido sob a direção artística de João Vaz, que atuou como consultor permanente durante o restauro daqueles instrumentos e que é também autor de alguns dos arranjos que serão executados neste concerto.
O programa incluirá o Prelúdio do Te Deum, de Marc-Antoine Charpentier (popularizado como o tema da Eurovisão), num arranjo para seis órgãos, a Sinfonia para a Real Basílica de Mafra, de António Leal Moreira, composta em 1807 por ocasião da construção dos órgãos, e a obra 3 Pontos no Espaço de António Pinho Vargas, uma encomenda da Câmara Municipal de Mafra que será apresentada em estreia mundial nesta ocasião. Para além das peças de conjunto, o programa incluirá uma intervenção a solo de cada organista, apresentando música do seu país de origem.
O concerto terminará com um arranjo para seis órgãos do Hino da Europa (baseado na música de Ludwig van Beethoven para a “Ode à Alegria”, de Friedrich von Schiller, da nona Sinfonia). Como é declarado na página da União Europeia, «O hino, que não tem letra, utiliza a linguagem universal da música para exaltar os ideais europeus da liberdade, paz e solidariedade». O evento – com seis organistas tocando ao mesmo tempo – pretende simbolizar assim a união da Europa através da música.
Localizada a trinta quilómetros a noroeste de Lisboa, a vila de Mafra é conhecida sobretudo pelo Convento construído no século XVIII por ordem do rei D. João V. O aspeto mais impressionante do edifício é a sua dimensão espetacular, estendendo-se a fachada principal por mais de duzentos metros. A nobreza e variedade dos recursos empregues (mármores portugueses e italianos, madeiras exóticas do Brasil, dois carrilhões da Bélgica e seis órgãos feitos por dois organeiros portugueses, um deles de origem espanhola) sugerem uma influência multicultural.
Apesar do número de igrejas na Europa com três, quatro ou mesmo mais instrumentos, o que faz de Mafra um caso único é o facto de os seis órgãos terem sido construídos ao mesmo tempo e concebidos originalmente para tocar em conjunto. Os seis imponentes instrumentos com fachadas de 16 pés foram construídos pelos dois mais importantes organeiros portugueses da época – António Xavier Machado e Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes – e completados entre 1806 e 1807. O seu restauro global, levado a cabo pelo organeiro português, Dinarte Machado, e concluído em 2010, mereceu o Prémio Europa Nostra, da Comissão Europeia, em 2012 pela sua qualidade.