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CONCERTO PRESTA TRIBUTO AOS POETAS QUE INSPIRARAM MÚSICOS

Concerto presta tributo aos poetas que inspiraram músicos, no Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery, na próxima sexta-feira, dia 23 de novembro, pelas 21:30. A verdade é que compositores como Claude Debussy, Fernando C. Lapa, Richard Strauss, Alexandre Delgado e António Chagas Rosa, deixaram de uma forma ou de outra inspirar-se pelas palavras de diferentes poetas, construindo peças musicais suscitadas pelos versos, pelo som e pelo silêncio da poesia. As suas composições fazem ainda parte do programa do recital, que juntará no palco do Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery o pianista Jaime Mota e a soprano Cláudia Pereira Pinto.

Concebido no exato cruzamento da música com a poesia, o concerto pretende homenagear os poetas que, desde a Idade Média, vêm influenciando e inspirando inúmeros compositores. Numa viagem que vai do século XIX ao ano de 2007, percorrendo a poesia e a tradição musical de três países distintos, Jaime Mota e Cláudia Pereira Pinto interpretam os versos de três poemas de Florbela Espanca (“Vaidade”, “Mistério” e “Desejos Vãos”), tal como foram musicados por António Chagas Rosa, Alexandre Delgado e Fernando C. Lapa, respetivamente.

Resultado também de um CD que o pianista e a cantora gravaram em 2007, totalmente dedicado a composições para poemas de Florbela e editado no âmbito de um projeto patrocinado pela Câmara Municipal de Matosinhos, o recital servirá de aperitivo para a Festa da Poesia, que este ano volta a homenagear a poetisa no dia em que se assinala a data do seu nascimento e da sua morte: 8 de dezembro.

O concerto de Jaime Mota e Cláudia Pereira Pinto abrirá, todavia, com as cinco melodias que Claude Debussy, então jovem, entre 1880 e 1883, compôs para poemas de Paul Bourget. A encerrar o recital ouvir-se-ão “Vier Letzte Lieder”, quatro das últimas canções compostas por Richard Strauss, em 1948, as quais acompanham três poemas de Hermann Hesse e um de Joseph von Eichendorff.

Sendo dois dos mais conceituados intérpretes portugueses, Jaime Mota e Cláudia Pereira Pinto têm desenvolvido uma colaboração musical intensa, apresentando-se regularmente em duo em diversos palcos nacionais.

Entrada: 7,50€

QUARTETO DE CORDAS DE MATOSINHOS UMA VIAGEM MUSICAL NA CAPELA DO CORPO SANTO

O Quarteto de Cordas de Matosinhos interpretará no concerto marcado para este sábado, 10 de novembro, pelas 18 horas, na Capela do Corpo Santo, em Leça da Palmeira (Rua Doutor Albano de Sá Lima), “Num nervoso delíquio d’oiro intenso” do compositor Igor Reina, inspirado por Florbela Espanca no lindíssimo poema “Vozes do Mar”, que há-de ter escrito em Matosinhos, diante do mar de Matosinhos, e com Camões no horizonte, “Quando o sol vai caindo sobre as águas/Num nervoso delíquio d’oiro intenso,/Donde vem essa voz cheia de mágoas/Com que falas à terra, ó mar imenso?…”.

Integrado no ciclo de concertos gratuitos que o agrupamento formado por Vítor Vieira (1.º violino), Juan Carlos Maggiorani (2.º violino), Jorge Alves (viola) e Marco Pereira (violoncelo) tem vindo a fazer em diversos espaços religiosos do concelho com o intuito de democratizar o acesso à música erudita, o recital de sábado incluirá, para além da estreia do “Quarteto de Cordas nº1”, encomendado pela Câmara Municipal de Matosinhos a Filipe Lopes e Igor Reina, a “Suite Mirandesa” de Fernando Lapa e o “Quarteto de cordas em Fá maior op.50, nº5”, que Joseph Haydn compôs em 1787.

A peça de Fernando Lapa, cuja suite original data de 2009, será desta vez interpretada na sua versão para quarteto de cordas, escrita em 2017 e que, tal como na composição inicial, articula quatro melodias tradicionais da região de Miranda do Douro.

Parte dos seis Quartetos Prussianos dedicados ao rei Frederico Guilherme II da Prússia, considerados por alguns como as melhores peças alguma vez compostas para quarteto de cordas, o “Quarteto de cordas em Fá maior op.50, nº5” revela a faceta mais descontraída, leve e bem-humorada da obra de Joseph Haydn. Também conhecido pelo subtítulo “Ein Traum” (um sonho), a peça é composta por quatro andamentos de uma grande sofisticação musical. Não por acaso, Goethe considerou que Haydn se transformou, também graças a esta peça, na fonte de toda a música moderna posterior.

Criado em 2007 por iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos, o Quarteto de Cordas de Matosinhos desenvolve um importante trabalho de preservação da herança musical portuguesa e europeia, e de estímulo à criação de novas obras. Atua regularmente nos principais palcos nacionais e europeus, tendo vencido, em 2014, o prémio Rising Stars da Organização Europeia de Salas de Concertos.

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