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O FIO DA MACAQUINHA PELA COMPANHIA DE DANÇA DE ALMADA NO MUSEU DO ORIENTE

O Fio da Macaquinha, é a proposta da Companhia de Dança de Almada, que o Museu do Oriente apresenta no dia 20 de Fevereiro, em duas sessões, às 15.00 e às 18.00. Trata-se de uma história das relações entre as pessoas, inspirada pelos recentes acontecimentos que nos obrigaram a ficar fisicamente distantes daqueles que nos são próximos.

Todos os dias, sempre que regressam da escola, um grupo de crianças brinca num pátio entre os prédios da cidade. Mas este é um pátio especial, um lugar onde cada criança é um animal diferente: Girafa, Sapo, Cão, Gato, Pássaro e, a Macaquinha. Mas, um dia, o pátio, a escola e a cidade fecham e as crianças são forçadas a brincar dentro das suas casas.

Criado por Ana Lázaro e Inês Pedruco, O Fio da Macaquinha fala sobre os fios que nos ligam e que nos permitem sentir próximos uns dos outros, da forma como certos fios nos conduzem, nos libertam ou nos fazem sentir seguros, mas também nos amarram, se embaraçam e confundem.

O Fio da Macaquinha, é a proposta da Companhia de Dança de Almada, que o Museu do Oriente apresenta no dia 20 de Fevereiro, em duas sessões, às 15.00 e às 18.00.
O Fio da Macaquinha pela Companhia de Dança de Almada no Museu do Oriente. Foto de © Hugo David

A Companhia de Dança de Almada é uma associação cultural sem fins lucrativos, que desenvolve a sua atividade essencialmente nas vertentes da criação artística e formação em dança. É uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal | Direção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Almada.

Fundada por Maria Franco, iniciou atividade como companhia profissional de dança contemporânea em 1990. Desde então, produziu mais de uma centena de peças de coreógrafos nacionais e internacionais, que apresentou no país e no estrangeiro. Organiza, desde 1992, o festival internacional Quinzena de Dança de Almada, onde promove o intercâmbio entre criadores e bailarinos portugueses e a comunidade internacional. Em 1998 fundou a Ca.DA Escola, cuja actividade de ensino artístico especializado da dança desenvolve de forma continuada, com cursos livres e vocacionais, nomeadamente em regime de ensino articulado, homologado pelo Ministério da Educação.

Espectáculo O Fio da Macaquinha

Companhia de Dança de Almada

20 Fevereiro

Horário: 15.00 e 18.00

Duração: 45’ sem intervalo

Público-alvo: M/ 4 anos

Preço: 10 €

Para mais informações clique aqui.

Fotos de © Hugo David

COMPANHIA DA ESQUINA ESTREIA “SONHO NO CASTELO DE SÃO JORGE”

A Companhia da Esquina estreia “Sonho no Castelo de São Jorge” nos dias 8 e 9, 15 e 16 de Agosto, sábados e domingos sempre às 19h00.

É uma história passada numa noite de verão, num bosque, entre quatro jovens enamorados que se encontram e desencontram:
Lisandro ama Hérmia que ama Lisandro e é amada por Demétrio, que é amado por Helena; depois, Demétrio ama Helena, que ama Demétrio e é amada por Lisandro, que é amado por Hérmia. Naquele bosque, habitado por um mundo feérico de fadas e duendes, também Titânia, a Rainha das fadas, apaixona-se naquela noite por um mortal com cabeça de burro. Tudo isto num Sonho de Uma Noite de Verão escrito como a primeira comédia de William Shakespeare.

O espetáculo da Companhia da Esquina é para maiores de 12 anos.

Ficha Técnica:
Encenação e Dramaturgia: Jorge Gomes Ribeiro
Música Original: Hugo Furtado, Pedro Pernas e Dinis Oliveira
Elenco: Ana Patrícia Ramos, André Nunes, André Vasconcelos, Diogo Bach, Fábio Nóbrega Vaz, José Mateus, Lídia Muñoz, Nuno Bernardo, Pepa Espiral, Pedro Martinho, Pedro Pernas, Quimbé, Rita Fernandes e Teresa Manjua
Guitarra: Hugo Furtado Acordeão: Dinis Oliveira
Cenografia e adereços: Marta Fernandes da Silva
Figurinos: Rita Olivença
Direcção de Produção: Ana Patrícia Ramos
Assistência de Produção: Guilherme Moreira, Márcia Semedo e Mariana Lopes

A CULTURA SAI À RUA NO CONCELHO DE LAGOA ATÉ 5 DE SETEMBRO

A Cultura sai à Rua, no concelho de Lagoa, com 22 espetáculos de verão, 6 localidades com identidade própria, 10 palcos diferentes, mais de uma centena e meia de artistas. Acontece entre julho e setembro de 2020.

 Do Jazz ao fado, dos musicais ao canto lírico, do teatro à dança, são múltiplas as linguagens e combinações artísticas que integram este programa de animação cultural. O convite é para voltar a sair à rua este verão, nas principais localidades do concelho de Lagoa.

Nos adros das igrejas, anfiteatros, recintos conhecidos de Carvoeiro, Estômbar, Ferragudo, Lagoa, Parchal e Porches, instalam-se palcos e condições especiais de segurança para que cerca de uma centena e meia de artistas reinventem as artes do encontro.

Desta centena e meia dos nomes que integram as propostas do programa, mais de cinquenta têm ligação direta ao concelho de Lagoa. São residentes permanentes ou temporários, com afinidades e proximidades várias.

 Pôr em evidência os patrimónios cultural e natural, material e imaterial, deste concelho algarvio, por vezes ainda menos reconhecidos no plano nacional e até regional, é um dos objetivos do programa “A cultura sai à rua”.

Contribuir para a retoma da economia a partir do nível local, criando novas dinâmicas e sinergias de interação entre criadores e produtores locais, agentes turísticos, regionais, ou nacionais, é outro objetivo do mesmo programa promovido pelo Município de Lagoa.

As condições de segurança foram definidas e validadas para cada um dos 22 espetáculos pelas autoridades locais de saúde, no estrito cumprimento das recomendações da DGS – Direção Geral de Saúde. Todos os eventos acontecem ao ar livre, com obrigatoriedade do uso de máscara, sinalização do distanciamento físico recomendado, protocolos de higiene e planos de contingência.

Os 22 espetáculos acontecem de 21 de julho a 5 de setembro, entre as 21h00 e as 23h00, com uma lotação máxima reduzida de acordo com as normas em vigor e respetivos planos de contingências. Para a experiência presencial dos espetáculos anunciados é necessária aquisição prévia de bilhetes que pode ser feita on line, aqui ou em cada local a partir das 20h00. Os preços de cada bilhete são de 2,00€ no caso dos espetáculos nos adros das igrejas e anfiteatro do Calvário, e de 5,00€ nos outros recintos de maior lotação.

Na apresentação do programa “A cultura sai à rua”, Luís Encarnação, presidente do município de Lagoa, sublinhou que o total da receita a apurar vai reverter para uma instituição particular de solidariedade social do concelho, a sortear no final do último espetáculo a 5 de setembro 2020.

OEIRAS CATIV’ARTE UM FESTIVAL DE TODOS E PARA TODOS

O Festival Oeiras Cativ’arte regressa ao Auditório Municipal Eunice Muñoz, de 17 a 19 de janeiro, para sensibilizar a comunidade a conhecer e valorizar as produções artísticas realizadas por pessoas com doença mental e deficiência. O preço dos bilhetes para o público em geral é três euros.

O evento promovido pela Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa – Centro Nuno Belmar da Costa, apresenta 11 espetáculos de diferentes linguagens artísticas e um documentário. No domingo de manhã é possível participar num workshop de dança inclusiva com Bruno Rodrigues da Voarte. O Festival encerra com uma Companhia internacional, Anka – Companhia de Dança Inclusiva São Tomé.

O objetivo é divulgar e promover as atividades artísticas de cada Instituição convidada com intervenção na área da saúde mental e deficiência dos Concelhos de Oeiras, Sintra e Lisboa.

As informações sobre a programação Oeiras Cativ’arte, espetáculos e companhias participantes poderão ser consultadas aqui e na página do facebook da APCL.

ENQUANTO O CHEESEBURGUER NÃO VEM

Enquanto o Cheeseburguer não vem, peça do brasileiro Ricardo Inhan é um retrato da chamada geração Y e vai ser objeto da sessão de Junho do projeto “Salvé a língua de Camões”.

Três adolescentes entupidos de fast food e de jogos electrónicos, tratam as pessoas de forma seca, tola e distante. O retrato é genérico, mas constitui o ponto de partida da peça teatral Enquanto o Cheeseburguer não vem, o texto do brasileiro Ricardo Inham que esta quinta-feira, 27 de junho, às 21h30, estará no centro de mais uma sessão do projeto “Salvé a língua de Camões”, na Casa do Bosque do Museu da Quinta de Santiago.

Livremente inspirado num caso real ocorrido em Minas Gerais, “Enquanto o Cheeseburguer não vem” (ou “Enquanto o X-Burguer Não Vem”, no original brasileiro) gira em torno de um jogo de culpa, repulsa e tortura física e psicológica. A Pedro, Joca e Monique juntam-se uma balconista de supermercado e o fantasma de um ex-sargento que se matou após ser acusado de pedofilia.

A peça pretende ser um retrato cínico, cómico, trágico e político da falta de perspetivas da chamada geração Y, dando a conhecer um jovem valor da dramaturgia brasileira, já distinguido com o prémio para o melhor texto original no Festival Água de Março (São Paulo, Brasil), mas também com os galardões de melhor realização e argumento pela curta-metragem “Dois Palhaços Castos Num Circo de Copos”, na Mostra 14 Bis de Vídeo.

Projeto da Companhia de Teatro Reator e da Câmara Municipal de Matosinhos, o “Salvé a língua de Camões” decorre ininterruptamente há 15 anos, sendo um dos mais persistentes eventos de promoção e divulgação das dramaturgias dos países de língua portuguesa. Já deu a conhecer dezenas de autores e de peças de teatro escritas em Português com os mais variados sotaques, apelando à participação do público nas leituras encenadas dos textos.

“13” UMA ESPÉCIE DE COMÉDIA NEGRA SOBRE AS APARIÇÕES DE FÁTIMA | MATOSINHOS

“13” uma espécie de comédia negra sobre as aparições de Fátima, uma peça da Companhia Peripécia Teatro, que na próxima quarta-feira, dia 31 de Outubro pelas 21:30, sobe ao palco do Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery. O mundo anda estranho e inquietante, não se duvida, mas ainda é possível não desesperar completamente – pelo menos enquanto for possível, por exemplo, sorrir de coisas relativamente sérias.

Estreado em 2017 para assinalar o centésimo aniversário das aparições de Fátima, “13” é um espetáculo contra a corrente de um mundo devolvido à visão unívoca aos fanatismos políticos, étnicos, morais e religiosos. Não satiriza o dogmatismo nem segue uma linha épica sobre as três crianças que, num Portugal profundo, em plena Primeira Grande Guerra, procuram na fé o amor e a proteção que lhes faltava. “13” visa, isso sim, estimular a reflexão, encontrando na ironia, por vezes amarga, um veículo privilegiado para incitar ao funcionamento do pensamento crítico.

Partindo de uma frase do escritor Ray Bradbury, autor de “‎Fahrenheit 451”, segunda a qual “a Ciência não é mais do que a investigação de um Milagre inexplicável, e a Arte a interpretação desse milagre”, “13” conta com a direção de José Carlos Garcia e procura agitar as consciências de um tempo que ameaça transformar em realidade mesmo as mais obscuras distopias – da hora do ódio de Orwell à ignorância de um mundo sem livros (ou com livros ocos, o que vai dar ao mesmo).

Para agitar os cérebros entorpecidos, a Peripécia Teatro juntou ao cânone mariano algumas histórias verdadeiras e outras totalmente inventadas e até absurdas, criando um momento teatral controverso, estreado, não por acaso, em maio de 2017, apenas a 40 quilómetros de Cova de Iria. Dava para ir a pé.

Preço dos bilhetes: 7,50€. Para crianças até aos 14 anos, estudantes e maiores de 65 anos: 5€. Desconto de 20% para compras superiores a 10 bilhetes.

LACUNAS DE DANIELA SCHITINI EM LEITURA ENCENADA NA QUINTA DE SANTIAGO

Lacunas de Daniela Schitini em leitura encenada na Quinta de Santiago, chega a Matosinhos, numa altura em que tanto se fala do Brasil  sobretudo pelo divergente país de Haddad e Bolsonaro, em véspera das decisivas eleições brasileiras. Chega assim mais uma noite de leituras encenadas na Casa do Bosque do Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira.

À beira de comemorar 15 anos de atividade, dando a conhecer textos dramatúrgicos escritos em Português, o projeto “Salvé a Língua de Camões” traz desta vez “Lacunas”, de Daniela Schitini, à sessão que terá início às 21h30 de quinta-feira, 25 de outubro.

Como num jogo de matrioskas em que o teatro se esconde dentro do teatro (dentro do teatro), “Lacunas” põe em cena uma encenadora e uma atriz inexperiente, numa audição para uma peça que tratará a trajetória de outra atriz, ela própria estigmatizada pelo seu temperamento instável. Misto de jogo de espelhos e de investigação dos meandros da memória, o texto revela a natureza das relações e dos afetos que existem entre os vários planos da ficção dramatúrgica.

Aparentemente distantes no espaço e no tempo, as personagens surgem unidas pelo confronto com situações-limite, as quais revelam de que modo as presenças e as ausências podem influenciar os gestos quotidianos e, no limite, as escolhas que se fazem; ou como a arte pode ser, afinal, um ponto de encontro alheio às contingências da física (e capaz de superá-las).

Não menos importante, “Lacunas” permitirá dar a conhecer a dramaturgia produzida por uma atriz que, depois de dar corpo a textos tão essenciais da cultura brasileira como “Eles não usam Black Tie” ou “Itinerário de Pasárgada”, se aventura agora na escrita teatral. Verteu para teatro a obra de Clarice Lispector e adaptou o texto de “Noite de Reis”, de Shakespeare. Com a peça “Marias da Luz” conquistou, em 2014, o prémio de melhor espetáculo em espaço não convencional da Cooperativa Paulista de Teatro.

Elenco: Fátima Maganinho | Mafalda Bettencourt | Margarida Magalhães | Marta Giesta | Root Arouca

Direção da Leitura: William Gavião

Parceria: Companhia de Teatro Reator de Matosinhos e Câmara Municipal de Matosinhos

Parceiros do projeto de dramaturgia: Centro de Dramaturgia Contemporânea de São Paulo; Teatre dels Argonautes, Barcelona

CE: maiores de 12 anos

Informações e inscrições: casadobosque@cm-matosinhos.pt

Museu da Quinta de Santiago

Rua de Vila Franca, 134 | Leça da Palmeira, Matosinhos

telf.: 229392410

MEXE 2019 JÁ TEM DATAS E VAI DISCUTIR O COMUM

O MEXE 2019 já tem datas! O MEXE – Encontro Internacional de Arte e Comunidade regressa ao Porto entre os dias 16 e 22 de Setembro de 2019. À quinta edição, o evento, que se tem vindo a afirmar como um dos mais importantes espaços de discussão das práticas artísticas comunitárias, vai ocupar algumas das principais salas e espaços públicos do Porto com uma programação que pensará o COMUM na sociedade contemporânea. Performances, instalações, música, teatro, dança, oficinas e cinema serão algumas das linguagens que explorarão o diálogo entre arte e política. A edição 2019 do MEXE conhecerá ainda extensões nas cidades de Faro e Lisboa e integrará o Encontro Internacional de Reflexão sobre Práticas Artísticas Comunitárias – EIRPAC, um espaço de discussão e sistematização de conhecimento ligado às práticas artísticas comunitárias.

Num universo dominado pelas ideias de sucesso e individualismo, cabe à arte, enquanto espaço de experimentação para a cidadania e desenvolvimento estético e ético, assumir um papel activo na discussão sobre aqueles que são os temas agregadores da vida contemporânea. Fiel à ideia de que a arte pode ser um importante veículo para a construção de um futuro a muitas e diversas mãos, o programa para o MEXE 2019 vai procurar identificar aquilo que inspira o hoje e o futuro, reunindo um conjunto de propostas que possam catalisar a discussão sobre as multi-definições do comum e os espaços de conexão entre linguagens artísticas, áreas disciplinares diversas e dinâmicas sociaisem Portugal e no Mundo. Através de espectáculos e documentários que debatem questões fraturantes,histórias que nos inspiram à procura de novos modelos de organização social ou oficinas que chamam o público para o centro do palco, o MEXE 2019 assumirá o desafio de lançar bases para a construção de renovadas formas de fazer e ser.

A 5ª edição do MEXE vai ainda reforçar a sua implementação no espaço público distribuindo-se pelos três pólos da cidade do Porto (central, oriental e ocidental). Uma descentralização que pretende aproximar a programação de públicos muito distintos, mas que não aliena a relação fundamental com o Teatro Nacional São João e o Teatro Municipal do Porto, dois eixos centrais do que é, hoje, a vida cultural da cidade.

Concebido e organizado num modelo participativo, o encontro será, como sempre, montado com o contributo e envolvimento dos elementos do grupo comunitário base da PELE nas várias fases do processo, assim como propostas recebidas através de uma convocatória aberta ao país e ao mundo. O Open call para candidaturas estará aberto entre 15 de Outubro e 30 de Novembro e pode ser consultado em www.mexe.org.pt.

Ao longo das suas quatro edições, o MEXE contou com mais de 1500 participantes de 22 países e mais de 20.000 espectadores em 130 ações que ocuparam 30 espaços distintos da cidade do Porto.

OS NEGROS DE JEAN GENET PARA VER NO TEATRO MUNICIPAL DE MATOSINHOS-CONSTANTINO NERY

Jean Genet escreveu que se trata de uma peça “escrita por um branco” e destinada a “um público de brancos”. Os Negros, estreada em 1959, mantém, talvez por isso, a atualidade da sua reflexão (e da sua provocação), conforme poderá ser constatado na quinta-feira, 4 de outubro, às 21h30, no Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery.

A versão encenada por Rogério de Carvalho estreia-se em Matosinhos diante do público (branco) do Norte do país, procurando refletir sobre a negritude e contrariar a imagem que o branco tem do negro. Naturalmente militante, mas também tocado pela poesia, o espetáculo conta com um elenco totalmente negro, à imagem do que também sucedera em 2006, aquando de uma anterior incursão de Rogério de Carvalho no texto de Genet, então para o Teatro Nacional de São João.

Como uma peça dentro da peça, Os Negros aborda a questão dos estereótipos étnicos e da sua reversão, constituindo uma reflexão dura em torno do antagonismo que presidiu à luta pelo fim da segregação racial, e que talvez continue a dominar o debate em torno da igualdade de oportunidades. “O horror do espectáculo está em tratá-lo de uma forma irónica, atingindo as fronteiras da paródia”, escreveu o encenador no texto de apresentação de “Os Negros”.

O caráter subversivo do texto de Jean Genet fica evidente, de resto, quando se sabe que o autor aconselhou que, se por um acaso muito estranho for representada para um público de negros, seria necessário, em cada sessão, convidar um branco. “O produtor do espectáculo deverá recebê-lo com a maior solenidade, fazer com que se vista de cerimónia e conduzi-lo ao seu lugar, de preferência na primeira fila da plateia. Os atores irão representar só para ele. E durante todo o espectáculo um projetor incidirá sobre este branco simbólico. E se nenhum branco estiver disposto a isso? Então distribuam à entrada máscaras de brancos ao público negro”, escreveu.

Coprodução do Teatro Griot e do São Luiz Teatro Municipal, o espectáculo estreou-se em Lisboa em outubro de 2017, na Sala Luís Miguel Cintra do Teatro São Luiz. Traduzido por Armando Silva Carvalho, o texto de Genet ganha vida na voz e no corpo de Angelo Torres, Binete Undonque, Daniel Martinho, Gio Lourenço, Júlio Mesquita, Laurinda Chiungue, Matamba Joaquim, Miguel Sermão, Odete Mosso, Orlando Sérgio, Renée Vidal, Sandra Hung e Zia Soares.

Bilhetes: normal, 7,50€; c/desconto, 5€.

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